Página 507 - Evangelismo (2007)

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O obreiro e suas habilitações
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sentam. A narração de anedotas ou incidentes que produzam riso
ou um pensamento leviano no espírito dos ouvintes, é severamente
censurável. As verdades devem ser revestidas de linguagem casta e
cheia de dignidade; e as ilustrações devem ser de caráter semelhante.
Fosse o ministério evangélico o que ele deve e poderia ser; e
os mestres da verdade de Cristo estariam trabalhando em harmo-
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nia com os anjos; seriam colaboradores de seu grande Mestre. Há
demasiado pouca oração entre os ministros de Cristo, e demasiada
exaltação própria. Há demasiado pouco chorar entre o pórtico e o
altar, clamando: “Poupa o Teu povo, ó Senhor, e não entregues a Tua
herança ao opróbrio.” Há demasia de longos sermões doutrinais, sem
uma centelha de fervor espiritual e do amor de Deus. Há demasia
de gesticulações e narração de anedotas humorísticas no púlpito, e
demasiado pouco se diz acerca do amor e da compaixão de Jesus
Cristo.
Não basta pregar aos homens; cumpre-nos orar com eles e por
eles; importa não nos mantermos friamente afastados deles, mas
nos aproximarmos com simpatia das almas que desejamos salvar,
visitá-las e conversar com elas. O ministro que dirige a obra fora
do púlpito de maneira apropriada, realizará dez vezes mais do que
aquele que limita seu labor ao púlpito. —
The Review and Herald, 8
de Agosto de 1878
.
Evitar gracejos e pilhérias
— Este espírito de gracejos e pi-
lhérias, de leviandade e frivolidade, é uma pedra de tropeço para
os pecadores e ainda pior pedra de tropeço para os que dão lugar
à inclinação do coração não santificado. O fato de que alguns têm
permitido esse traço desenvolver-se a ponto de o gracejar ser ne-
les tão natural como a respiração, não diminui seus maus efeitos.
Quando alguém puder apontar uma palavra frívola proferida por
nosso Senhor, ou qualquer leviandade vista em Seu caráter, ele pode
sentir que a leviandade e os gracejos são desculpáveis nele próprio.
Este espírito não é cristão; pois ser cristão é ser semelhante a Cristo.
Jesus é um modelo perfeito, e devemos imitar-Lhe o exemplo. Um
cristão é a mais elevada espécie de homem, um representante de
Cristo.
Alguns que são dados a gracejar, e a fazer observações levianas
e frívolas, podem aparecer no púlpito sagrado com apropriada digni-
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dade. Podem ser capazes de passar imediatamente à contemplação