Progressos na Inglaterra
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esse amor, e nos fará humildes, mansos e santos; lançamos mão
deste evangelho, destas alegres novas; é-nos feito segundo a nossa
fé; e ‘a justiça da lei se cumpre em nós’, pela fé em Cristo Jesus. ...
“Entre os mais acérrimos inimigos do evangelho de Cristo”,
disse Wesley, “estão os que aberta e explicitamente ‘julgam a lei’,
‘falam mal da lei’; ensinam os homens a destruir (anular, afrouxar,
desfazer a obrigação de observância), não apenas um dos menores
ou dos maiores mandamentos, mas todos eles, de uma vez. ... A
mais surpreendente de todas as circunstâncias que acompanham este
grande engano, é que os que a ele se entregam crêem que realmente
honram a Cristo subvertendo Sua lei, e que estão a engrandecer-Lhe
o caráter quando se encontram a destruir Sua doutrina! Sim, honram-
nO, exatamente como fez Judas, quando disse: ‘Eu Te saúdo, Mestre,
e O beijou.’ E Ele pode de maneira igualmente justa dizer a cada um
deles: ‘Trais o Filho do homem com um beijo?’ Não é outra coisa
senão traí-Lo com um beijo, falar de Seu sangue e arrancar-Lhe a
coroa, considerando levianamente qualquer parte de Sua lei, sob o
pretexto de fazer avançar Seu evangelho. Nem em verdade poderá
escapar desta acusação alguém que pregue a fé de qualquer maneira
que, direta ou indiretamente, tenda a pôr de parte qualquer ponto
de obediência; que pregue a Cristo de modo a, de qualquer forma,
anular ou enfraquecer o menor dos mandamentos de Deus.” —Obras
de Wesley.
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Aos que insistiam em que “a pregação do evangelho responde
a todos os fins da lei”, Wesley replicava: “Isto negamos expressa-
mente. Não corresponde ao primeiro objetivo da própria lei, a saber:
convencer os homens do pecado, despertar aos que ainda dormem
às bordas do inferno.” O apóstolo Paulo declara que “pela lei vem
o conhecimento do pecado”; “e antes que o homem esteja convicto
do pecado, não sentirá verdadeiramente a necessidade do sangue
expiatório de Cristo. ... ‘Não necessitam de médico os que estão
sãos’, como nosso Senhor mesmo observa, ‘mas, sim, os que es-
tão enfermos’. É absurdo, portanto, oferecer médico aos que estão
sãos, ou que ao menos se imaginam assim. Deveis primeiramente
convencê-los de que estão doentes; de outra maneira não vos agra-
decerão o trabalho. É igualmente absurdo oferecer Cristo àqueles
cujo coração está são, não tendo ainda sido quebrantado.” — Obras
de Wesley.