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O Grande Conflito
de salvação. Assim Cristo, “a verdadeira Luz”, “ilumina a todo o
homem que vem ao mundo.”
João 1:9
. Os homens não conseguem a
salvação, pela recusa voluntária da luz da vida.
Em resposta à alegação de que pela morte de Cristo foram abo-
lidos os preceitos do decálogo, juntamente com a lei cerimonial,
disse Wesley: “A lei moral, contida nos Dez Mandamentos e encare-
cida pelos profetas, Cristo não a anulou. Não era desígnio de Sua
vinda revogar qualquer parte da mesma. Ela é uma lei que jamais
poderá ser destruída, que ‘permanece firme como a fiel testemunha
no Céu’. ... Existiu desde o princípio do mundo, sendo ‘escrita não
em tábuas de pedra mas no coração de todos os filhos dos homens,
quando saíram das mãos do Criador. E conquanto as letras que uma
vez foram escritas pelo dedo de Deus ora estejam em grande parte
apagadas pelo pecado, não podem elas contudo ser totalmente obli-
teradas, enquanto tivermos qualquer consciência do bem e do mal.
Todos os requisitos desta lei devem continuar vigorando para toda a
humanidade, e em todos os tempos, não dependendo isto do tempo
ou do lugar, nem de qualquer outra circunstância sujeita a mudança,
mas da natureza de Deus e da natureza do homem, e da imutável
relação existente entre um e outro.
“‘Não vim para destruir, mas cumprir.’ ... Inquestionavelmente, o
que Ele quer dizer neste passo, em conformidade com tudo que pre-
cede e segue, é: Vim para estabelecê-la em sua plenitude, a despeito
de todas as interpretações dos homens; vim para colocar em uma
perspectiva ampla e clara o que quer que nela fosse obscuro; vim
para declarar a significação verdadeira e completa de cada parte da
lei; para mostrar o comprimento e largura, a extensão total, de cada
mandamento nela contido, e a altura e profundidade, a inconcebível
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pureza e espiritualidade dela, em todas as suas partes.” — Obras de
Wesley.
Wesley advogou a harmonia perfeita da lei e do evangelho. “Há,
portanto, a mais íntima ligação que se pode conceber, entre a lei e
o evangelho. Por um lado a lei continuamente nos abre o caminho
para o evangelho, e no-lo aponta; por outro, o evangelho nos conduz
ao cumprimento mais exato da lei. A lei, por exemplo, exige de
nós amar a Deus e ao próximo, sermos mansos, humildes e santos.
Sentimos não ser capazes destas coisas; sim, ‘isto para o homem é
impossível’; mas vemos uma promessa de que Deus nos concederá