Progressos na Inglaterra
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ministros a fim de exortarem o povo à obediência de seus preceitos,
desde que aqueles a quem Deus elegera para a salvação “seriam, pelo
impulso irresistível da graça divina, levados à prática da piedade
e virtude”, ao passo que os que estavam destinados à condenação
eterna “não tinham força para obedecer à lei divina”.
Outros, sustentando também que “os eleitos não podem cair da
graça, nem privar-se do favor divino”, chegavam à conclusão ainda
mais horrível de que “as ações ímpias que cometem não são real-
mente pecaminosas, nem devem considerar-se como violação da lei
divina por parte deles, e que em conseqüência não têm motivo quer
para confessar os pecados, quer para com os mesmos romper pelo
arrependimento.” — Enciclopédia de McClintok e Strong, artigo
“Antinomias.” Declaravam, portanto, que mesmo um dos mais vis
pecados, “universalmente considerado como enorme violação da lei
divina, não é pecado à vista de Deus”, cometido por um dos eleitos,
“porque é um dos característicos essenciais e distintivos dos eleitos
o não poderem fazer coisa alguma que seja desagradável a Deus ou
proibida pela lei”.
Estas monstruosas doutrinas são essencialmente as mesmas que
o ensino posterior dos educadores e teólogos populares, de que
não há lei divina imutável como norma do que é reto, mas que o
padrão da moralidade é indicado pela própria sociedade, e tem estado
constantemente sujeito a mudança. Todas estas idéias são inspiradas
pelo mesmo espírito superior, sim, por aquele que mesmo entre
os habitantes celestiais, sem pecado, iniciou sua obra de procurar
derruir as justas restrições da lei de Deus.
A doutrina dos decretos divinos, que inalteravelmente fixam o
caráter dos homens, havia conduzido muitos à rejeição virtual da
lei de Deus. Wesley perseverantemente se opôs aos erros dos ensi-
nadores antinomistas, demonstrando que esta doutrina que levava
ao antinomismo é contrária às Escrituras. “A graça de Deus se há
manifestado, trazendo salvação a todos os homens.” “Isto é bom
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e agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer que todos os
homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade. Porque
há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus
Cristo homem, o qual Se deu a Si mesmo em preço de redenção por
todos.”
Tito 2:11
;
1 Timóteo 2:3-6
. O Espírito de Deus é concedido
livremente, para habilitar todos os homens a apoderar-se dos meios