Predito o destino do mundo
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mesmo, o sinal para a fuga deveria ser imediatamente obedecido.
Aquele que acaso estivesse no telhado, não deveria descer à casa,
mesmo para salvar os tesouros mais valiosos. Os que estivessem
trabalhando nos campos ou nos vinhedos, não deveriam tomar tempo
para voltar a fim de apanhar a roupa exterior, posta de lado enquanto
estavam a labutar no calor do dia. Não deveriam hesitar um instante,
para que não fossem apanhados pela destruição geral.
No reinado de Herodes, Jerusalém não só havia sido grandemente
embelezada, mas, pela ereção de torres, muralhas e fortalezas, em
acréscimo à força natural de sua posição, tornara-se aparentemente
inexpugnável. Aquele que nesse tempo houvesse publicamente pre-
dito sua destruição, teria sido chamado, como Noé em sua época,
doido alarmista. Mas Cristo dissera: “O céu e a Terra passarão, mas
as Minhas palavras não hão de passar.”
Mateus 24:35
. Por causa de
seus pecados, foi anunciada a ira contra Jerusalém, e sua pertinaz
incredulidade selou-lhe a sorte.
O Senhor tinha declarado pelo profeta Miquéias: “Ouvi agora
isto, vós, chefes da casa de Jacó, e vós, maiorais da casa de Israel,
que abominais o juízo e perverteis tudo o que é direito, edificando a
Sião com sangue, e a Jerusalém com injustiça. Os seus chefes dão as
sentenças por presentes, e os seus sacerdotes ensinam por interesse,
e os seus profetas adivinham por dinheiro; e ainda se encostam ao
Senhor, dizendo: Não está o Senhor no meio de nós? nenhum mal
nos sobrevirá.” Miquéias 3:9-11.
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Estas palavras descreviam fielmente os habitantes de Jerusalém,
corruptos e possuídos de justiça própria. Pretendendo embora obser-
var rigidamente os preceitos da lei de Deus, estavam transgredindo
todos os seus princípios. Odiavam a Cristo porque a Sua pureza e
santidade lhes revelavam a iniqüidade própria; e acusavam-nO de
ser a causa de todas as angústias que lhes tinham sobrevindo em
conseqüência de seus pecados. Posto que soubessem não ter Ele
pecado, declararam que Sua morte era necessária para a segurança
deles como nação. “Se O deixarmos assim”, disseram os chefes
dos judeus, “todos crerão nEle, e virão os romanos, e tirar-nos-ão
o nosso lugar e a nação.”
João 11:48
. Se Cristo fosse sacrificado,
eles poderiam uma vez mais se tornar um povo forte, unido. Assim
raciocinavam, e concordavam com a decisão de seu sumo sacerdote
de que seria melhor morrer um homem do que perecer toda a nação.