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O Grande Conflito
Espalhando-se pelos países da Europa a notícia de uma terra
onde todo homem gozava o fruto de seu próprio trabalho, obede-
cendo às convicções de sua consciência, milhares se concentraram
nas praias do Novo Mundo. Multiplicaram-se rapidamente as colô-
nias. “Massachusetts, em virtude de lei especial, estendia cordiais
boas-vindas e auxílio, à expensa pública, aos cristãos de qualquer
nacionalidade que fugissem através do Atlântico ‘para escaparem
de guerras ou fome, ou da opressão de seus perseguidores’. Assim
os fugitivos e opressos pela lei se faziam hóspedes da comunidade
pública.” — Martyn. Vinte anos depois do primeiro embarque de
Plymouth, outros tantos milhares de peregrinos se tinham estabele-
cido na Nova Inglaterra.
A fim de assegurarem o objetivo que procuravam, “contentavam-
se com ganhar parca subsistência, por uma vida de frugalidade e
labuta. Nada pediam do solo senão o razoável produto de seu próprio
labor. Nenhuma visão dourada projetava falsa luz sobre seu caminho.
... Estavam contentes com o progresso vagaroso mas firme de sua
política social. Suportavam pacientemente as privações do sertão,
regando a árvore da liberdade com lágrimas e com o suor de seu
rosto, até deitar ela profundas raízes na terra”.
A Escritura Sagrada era tida como fundamento da fé, a fonte
da sabedoria e a carta da liberdade. Seus princípios eram diligente-
mente ensinados no lar, na escola e na igreja, e seus frutos se faziam
manifestos na economia, inteligência, pureza e temperança. Poderia
alguém morar durante anos nas colônias dos puritanos, “e não ver
um bêbado nem ouvir uma imprecação ou encontrar um mendigo.”
— Bancroft. Estava demonstrado que os princípios da Bíblia consti-
tuem a mais segura salvaguarda da grandeza nacional. As fracas e
isoladas colônias desenvolveram-se em confederação de poderosos
Estados, e o mundo notava com admiração a paz e prosperidade de
“uma igreja sem papa e um Estado sem rei”.
Mas as praias da América do Norte atraíam um número de
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imigrantes sempre maior, em que atuavam motivos grandemente
diversos dos que nortearam os primeiros peregrinos. Conquanto a fé
e a pureza primitiva exercessem ampla e modeladora influência, veio
a tornar-se cada vez menor ao aumentar o número dos que buscavam
unicamente vantagens seculares.