Página 298 - O Grande Conflito

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O Grande Conflito
incessantemente a fim de levar ao mundo a solene advertência do
juízo próximo, era vilmente acusado de fanático, mentiroso e patife
explorador.
O ridículo, a falsidade, o insulto acumulados sobre ele, provo-
caram indignados protestos, mesmo por parte da imprensa secular.
“Tratar um assunto de tão imponente majestade e terríveis con-
seqüências”, com leviandade e linguagem baixa, declaravam mesmo
homens mundanos ser “não meramente brincar com os sentimentos
de seus propagadores e advogados”, mas “fazer zombaria do dia de
juízo, escarnecer da própria Divindade, e desdenhar os terrores de
Seu tribunal.” — Bliss.
O instigador de todo mal procurava não somente contrariar o
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efeito da mensagem do advento, mas destruir o próprio mensageiro.
Miller fazia aplicação prática da verdade das Escrituras ao coração
de seus ouvintes, reprovando-lhes os pecados e perturbando-lhes
a satisfação própria; e suas palavras claras e incisivas despertaram
inimizade. A oposição manifestada pelos membros da igreja à sua
mensagem, animava as classes inferiores a irem mais longe; e cons-
piraram alguns dos inimigos para tirar-lhe a vida quando saísse do
local da reunião. Santos anjos, porém, estavam na multidão, e um
deles, certa vez, sob a forma de homem, tomou o braço desse servo
do Senhor e pô-lo a salvo da turba enfurecida. Sua obra ainda não
estava terminada, e Satanás e seus emissários viram seus planos
frustrados.
A despeito de toda a oposição, o interesse no movimento adven-
tista continuou a aumentar. As congregações cresceram das dezenas
e centenas para milhares. Grande aumento houve nas várias igrejas,
mas depois de algum tempo se manifestou o espírito de oposição
a esses conversos, e as igrejas começaram a tomar providências
disciplinares contra os que tinham abraçado as opiniões de Miller.
Este ato provocou uma resposta de sua pena, em escrito dirigido
aos cristãos de todas as denominações, insistindo em que, se suas
doutrinas eram falsas, se lhe mostrasse o erro pelas Escrituras.
“Que temos nós crido”, disse ele, “que não nos tenha sido or-
denado pela Palavra de Deus, a qual, vós mesmos o admitis, é a
regra e a única regra de nossa fé e prática? Que temos nós feito
que provocasse tão virulentas acusações contra nós, do púlpito e da
imprensa, e vos desse motivo justo para excluir-nos [os adventistas]