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O Grande Conflito
unindo com o mundo, vivendo como vivem os do mundo, e com eles
gozando de prazeres proibidos; quando o luxo do mundo se tornar o
luxo da igreja; quando os sinos para casamentos estiverem a tocar, e
todos olharem para o futuro esperando muitos anos de prosperidade
temporal, subitamente então, como dos céus fulgura o relâmpago,
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virá o fim de suas resplendentes visões e esperanças ilusórias.
Assim como Deus enviou Seu servo para advertir o mundo do
dilúvio a vir, enviou também mensageiros escolhidos para tornar
conhecida a proximidade do juízo final. E como os contemporâneos
de Noé se riam com escárnio das predições do pregador da justiça,
assim, no tempo de Miller, muitos, mesmo dentre o povo professo
de Deus, zombavam das palavras de advertência.
E por que foram a doutrina e pregação da segunda vinda de
Cristo tão mal recebidas pelas igrejas? Ao passo que para os ímpios
o advento do Senhor traz miséria e desolação, para os justos está
repleto de alegria e esperança. Esta grande verdade tem sido o con-
solo dos fiéis de Deus através de todos os séculos. Por que se tornou
ela, como seu Autor, “uma pedra de tropeço e rocha de escândalo” a
Seu povo professo? Foi nosso Senhor mesmo que prometeu a Seus
discípulos: “Se Eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos
levarei para Mim mesmo.”
João 14:3
. Foi o compassivo Salvador
que, antecipando-Se aos sentimentos de solidão e tristeza de Seus
seguidores, incumbiu anjos de confortá-los com a certeza de que Ele
viria outra vez, em pessoa, assim como fora para o Céu. Estando os
discípulos a olhar atentamente para cima a fim de apanhar o último
vislumbre dAquele a quem amavam, sua atenção foi despertada pe-
las palavras: “Varões galileus, por que estais olhando para o céu?
Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no Céu, há de vir
assim como para o Céu O vistes ir.”
Atos 1:11
. Pela mensagem do
anjo acendeu-se de novo a esperança. Os discípulos “tornaram com
grande júbilo para Jerusalém. E estavam sempre no templo, lou-
vando e bendizendo a Deus.”
Lucas 24:52, 53
. Não se regozijavam
porque Jesus deles Se houvesse separado, e tivessem sido deixados
a lutar com as provações e tentações do mundo, mas por causa da
certeza dada pelo anjo de que Ele viria outra vez.
A proclamação da vinda de Cristo deveria ser agora, como
quando fora feita pelos anjos aos pastores de Belém, boas novas de
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grande alegria. Os que realmente amam ao Salvador saudarão com