Página 301 - O Grande Conflito

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Uma profecia muito significativa
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alegria o anúncio baseado na Palavra de Deus, de que Aquele em
quem se centralizam as esperanças de vida eterna, vem outra vez,
não para ser insultado, desprezado e rejeitado, como se deu no pri-
meiro advento, mas com poder e glória, para remir Seu povo. Os que
não amam o Salvador é que não desejam Sua vinda; e não poderá
haver prova mais conclusiva de que as igrejas se afastaram de Deus
do que a irritação e a animosidade despertada por esta mensagem
enviada pelo Céu.
Os que aceitaram a doutrina do advento aperceberam-se da ne-
cessidade de arrependimento e humilhação perante Deus. Muitos
haviam por longo tempo vacilado entre Cristo e o mundo; agora
compreendiam que era tempo de assumir atitude decisiva. “As coisas
da eternidade assumiam para eles uma desusada realidade. O Céu
se lhes aproximava, e sentiam-se culpados perante Deus.” — Bliss.
Os cristãos despertaram para nova vida espiritual. Compenetraram-
se de que o tempo era breve, de que o que tinham a fazer pelos
seus semelhantes deveria fazer-se rapidamente. A Terra retrocedia,
a eternidade parecia abrir-se perante eles, e a alma, com tudo que
diz respeito à sua felicidade ou miséria eterna, sentia eclipsar-se
todo o objetivo mundano. O Espírito de Deus repousava sobre eles
conferindo poder aos fervorosos apelos que faziam a seus irmãos e
aos pecadores, a fim de se prepararem para o dia de Deus. O teste-
munho silencioso de sua vida diária era constante reprovação aos
membros das igrejas, seguidores de formalidades e destituídos de
consagração. Estes não desejavam ser perturbados em sua procura
de prazeres, seu desejo de ganho e ambição de honras mundanas.
Daí a inimizade e a oposição suscitadas contra a fé no advento e
contra os que a proclamavam.
Como se verificassem irrefutáveis os argumentos baseados nos
períodos proféticos, os oponentes se esforçaram por desacoroçoar
a investigação deste assunto, ensinando que as profecias estavam
fechadas. Assim seguiram os protestantes nas pegadas dos roma-
nistas. Enquanto a igreja papal privava da Bíblia o povo, as igrejas
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protestantes alegavam que uma parte importante da Palavra Sagrada
— parte que apresentava verdades especialmente aplicáveis ao nosso
tempo — não podia ser compreendida.
Pastores e povo declaravam que as profecias de Daniel e do
Apocalipse eram mistérios incompreensíveis. Cristo, porém, chamou