Página 311 - O Grande Conflito

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Luz para os nossos dias
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“trazer muitos filhos à glória”, alegria indizível, “eterno peso de
glória”, com que, diz Paulo, “nossa leve e momentânea tribulação”
não é para ser comparada.
A experiência dos discípulos que pregaram “o evangelho do
reino” no primeiro advento de Cristo, teve seu paralelo na experi-
ência dos que proclamaram a mensagem de Seu segundo advento.
Assim como saíram os discípulos a pregar: “O tempo está cumprido,
o reino de Deus está próximo”, Miller e seus companheiros procla-
maram que o período profético mais longo e o último apresentado
na Bíblia estava a ponto de terminar, que o juízo estava próximo,
e que deveria ser inaugurado o reino eterno. A pregação dos dis-
cípulos com relação ao tempo, baseava-se nas setenta semanas de
Daniel 9
. A mensagem apresentada por Miller e seus companheiros
anunciava a terminação dos 2.300 dias de
Daniel 8:14
, dos quais as
setenta semanas fazem parte. Cada uma dessas pregações se baseava
no cumprimento de uma porção diversa do mesmo grande período
profético.
Do mesmo modo que os primeiros discípulos, Guilherme Miller
e seus companheiros não compreenderam inteiramente o significado
da mensagem que apresentavam. Erros, que havia muito se achavam
estabelecidos na igreja, impediam-nos de chegar a uma interpretação
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correta de um ponto importante da profecia. Portanto, se bem que
proclamassem a mensagem que Deus lhes confiara para transmitir
ao mundo, em virtude de uma errônea compreensão do sentido,
sofreram desapontamento.
Explicando
Daniel 8:14
— “Até duas mil e trezentas tardes e
manhãs; e o santuário será purificado” — Miller, conforme já foi
declarado, adotou a opinião geralmente mantida de que a Terra é o
santuário, crendo que a purificação deste representava a purificação
da Terra pelo fogo, à vinda do Senhor. Quando, pois, achou que o
termo dos 2.300 dias estava definidamente predito, concluiu que isto
revelava o tempo do segundo advento. Seu erro resultou de aceitar a
opinião popular quanto ao que constitui o santuário.
No cerimonial típico — sombra do sacrifício e sacerdócio de
Cristo — a purificação do santuário era o último serviço realizado
pelo sumo sacerdote no conjunto anual das cerimônias ministradas.
Era a obra encerradora da expiação — uma remoção ou afastamento
do pecado de Israel. Prefigurava a obra final no ministério de nosso