Página 322 - O Grande Conflito

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O Grande Conflito
a crença na próxima vinda de Cristo é ainda mantida pelas igrejas
alemãs daquele país.
A luz brilhou também na França e Suíça. Em Genebra, onde
Farel e Calvino tinham propagado as verdades da reforma, Gaussen
pregou a mensagem do segundo advento. Na escola, como estudante,
Gaussen encontrou o espírito de racionalismo que invadiu a Europa
toda durante a última parte do século XVIII e início do XIX; e,
ao entrar para o ministério, não somente ignorava a verdadeira fé,
mas se inclinava ao ceticismo. Em sua mocidade se interessara pelo
estudo da profecia. Depois de ler a História Antiga de Rollin, sua
atenção foi despertada para o
Capítulo 2
de Daniel, e surpreendeu-
se com a maravilhosa exatidão com que a profecia se cumprira,
conforme se via no relato do historiador. Ali estava um testemunho
da inspiração das Escrituras, que lhe serviu como âncora entre os
perigos dos últimos anos. Não podia ficar satisfeito com os ensinos
do racionalismo e, estudando a Bíblia e procurando luz mais clara,
foi ele, depois de algum tempo, levado a uma fé positiva.
Prosseguindo com as pesquisas sobre as profecias, chegou à
crença de que a vinda do Senhor estava próxima. Impressionado
com a solenidade e importância desta grande verdade, desejou levá-
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la ao povo; mas a crença popular de que as profecias de Daniel são
mistérios e não podem ser compreendidas, foi-lhe sério obstáculo
no caminho. Decidiu-se finalmente — como antes dele fizera Farel
ao evangelizar Genebra — a começar o trabalho com as crianças,
esperando, por meio delas, interessar os pais.
“Desejo que seja compreendido” — disse ele mais tarde, falando
de seu objetivo neste empreendimento — “que não é por considerá-lo
de pequena importância, mas, ao contrário, por causa do seu grande
valor, que desejei apresentá-lo desta maneira familiar, e que falei às
crianças. Quis ser ouvido, e receei que não o seria se me dirigisse
primeiramente às pessoas adultas.” “Decidi-me, portanto, a ir aos
mais jovens. Arranjo um auditório de crianças; se ele aumenta e os
ouvintes escutam com interesse e agrado, compreendem e explicam
o assunto, estou certo de que terei logo uma segunda reunião, e os
adultos, por sua vez, hão de ver também que vale a pena sentar-se e
estudar. Feito isto, a causa está ganha.” — Daniel, o Profeta, de L.
Gaussen, Prefácio.