Página 326 - O Grande Conflito

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O Grande Conflito
Por toda parte se ouvia o penetrante testemunho, advertindo os
pecadores, tanto mundanos como membros da igreja, a fugirem da
ira vindoura. Quais João Batista, o precursor de Cristo, os pregado-
res punham o machado à raiz da árvore, e com todos insistiam em
que produzissem frutos dignos de arrependimento. Seus fervorosos
apelos achavam-se em evidente contraste com as afirmações de paz
e segurança que se ouviam dos púlpitos populares; e, onde quer que
a mensagem fosse apresentada, comovia o povo. O simples e direto
testemunho das Escrituras, levado ao coração pelo poder do Espírito
Santo, comunicava-lhes um peso de convicção a que poucos eram
capazes de resistir inteiramente. Os que professavam a religião eram
despertos de sua falsa segurança. Viam sua apostasia, mundanidade
e incredulidade, seu orgulho e egoísmo. Muitos buscavam o Senhor
com arrependimento e humilhação. Fixavam agora no Céu as afei-
ções que durante tanto tempo se haviam apegado às coisas terrenas.
O Espírito de Deus repousava sobre eles, e, com coração abrandado
e subjugado, uniam-se para fazer soar o clamor: “Temei a Deus, e
dai-Lhe glória; porque vinda é a hora do Seu juízo.”
Pecadores, chorando, perguntavam: “Que devo fazer para me
salvar?” Aqueles, cuja vida tinha sido assinalada pela desonestidade,
estavam ansiosos por fazer a devida restituição. Todos os que en-
contravam paz em Cristo anelavam ver outros participarem desta
bênção. O coração dos pais se convertia aos filhos, e o dos filhos
aos pais. As barreiras do orgulho e reserva foram varridas. Fize-
ram-se confissões sinceras, e os membros da família trabalhavam
pela salvação dos mais queridos e dos que mais perto se achavam.
Freqüentemente se ouvia a voz de fervorosa intercessão. Por toda
parte havia almas em profunda angústia, lutando com Deus. Mui-
tos passavam em oração a noite toda para obter a certeza de que
seus pecados estavam perdoados, ou pela conversão dos parentes ou
vizinhos.
Todas as classes se congregavam nas reuniões adventistas. Ricos
e pobres, grandes e humildes, achavam-se, por vários motivos, an-
siosos por ouvir, por si mesmos, a doutrina do segundo advento. O
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Senhor detinha o espírito de oposição enquanto Seus servos explica-
vam as razões de sua fé. Algumas vezes o instrumento era fraco; mas
o Espírito de Deus dava poder a Sua verdade. Sentia-se a presença
dos santos anjos nessas assembléias, e muitos eram diariamente