Um grande movimento mundial
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acrescentados aos crentes. Ao serem repetidas as provas da próxima
vinda de Cristo, vastas multidões escutavam silenciosas e extasiadas,
as solenes palavras. O Céu e a Terra pareciam aproximar-se um do
outro. O poder de Deus se fazia sentir em velhos e jovens, e nos de
meia-idade. Os homens procuravam seus lares com louvores nos
lábios, ressoando o som festivo no ar silencioso da noite. Pessoa al-
guma que haja assistido àquelas reuniões jamais poderá esquecer-se
dessas cenas do mais profundo interesse.
A proclamação de um tempo definido para a vinda de Cristo
despertou grande oposição de muitos, dentre todas as classes, desde
o pastor, no púlpito, até ao mais ousado pecador. Cumpriram-se as
palavras da profecia: “Nos últimos dias virão escarnecedores, an-
dando segundo suas próprias concupiscências, e dizendo: Onde está
a promessa de Sua vinda? porque desde que os pais dormiram todas
as coisas permanecem como desde o princípio da criação.”
2 Pedro
3:3, 4
. Muitos que professavam amar ao Salvador, declaravam que
não se opunham à doutrina do segundo advento; faziam objeções,
unicamente, ao tempo definido. Mas os olhos de Deus, que vêem
tudo, liam-lhes o coração. Não desejavam ouvir acerca da vinda de
Cristo para julgar o mundo com justiça. Haviam sido servos infiéis;
suas obras não resistiriam à inspeção do Deus que sonda os corações,
e receavam encontrar-se com o Senhor. Tais como os judeus nos dias
de Cristo, não estavam preparados para recebê-Lo. Não somente se
recusavam a ouvir os claros argumentos das Escrituras Sagradas,
mas procuravam ridicularizar aos que aguardavam o Senhor. Satanás
e seus anjos exultavam e lançavam afronta ao rosto de Cristo e dos
santos anjos, por ter Seu povo professo tão pouco amor por Ele que
não desejavam o Seu aparecimento.
“Daquele dia e hora ninguém sabe”, era o argumento mais
freqüentemente aduzido pelos que rejeitavam a fé do advento. A
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passagem é: “Daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do
Céu, nem o Filho, mas unicamente Meu Pai.”
Mateus 24:36
. Uma
explicação clara e harmoniosa desta passagem era apresentada pe-
los que aguardavam o Senhor, e o emprego errôneo que da mesma
faziam seus oponentes foi claramente demonstrado. Estas palavras
foram proferidas por Cristo na memorável conversação com os dis-
cípulos, no Monte das Oliveiras, depois que Ele, pela última vez,
Se afastou do templo. Os discípulos haviam feito a pergunta: “Que