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O Grande Conflito
pletamente desperto. Desapareceu o fanatismo ante essa proclama-
ção, como a geada matutina perante o Sol a erguer-se. Viram os
crentes suas dúvidas e perplexidades removidas, e a esperança e
coragem animaram-lhes o coração. A obra estava livre dos exage-
ros que sempre se manifestam quando há arrebatamento humano
sem a influência moderadora da Palavra e do Espírito de Deus. As-
semelhava-se, no caráter, aos períodos de humilhação e regresso
ao Senhor que, entre o antigo Israel, se seguiam a mensagens de
advertência por parte de Seus servos. Teve as características que
distinguem a obra de Deus em todas as épocas. Houve pouca alegria
arrebatadora, porém mais profundo exame de coração, confissão de
pecados e abandono do mundo. O preparo para encontrar o Senhor
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era a grave preocupação do espírito em agonia. Havia perseverante
oração e consagração a Deus, sem reservas.
Dizia Miller, ao descrever aquela obra: “Nenhuma grande ex-
pressão de alegria existe: esta se acha, por assim dizer, reservada
para uma ocasião futura, em que todo o Céu e a Terra se regozijarão,
juntamente, com indizível gozo cheio de glória. Não há aclamações:
estas também estão reservadas para as aclamações do Céu. Os can-
tores estão em silêncio: esperam para se unir às hostes angélicas, o
coro celestial. ... Não há divergência de sentimentos: todos são de
um mesmo coração e espírito.” — Bliss.
Outro participante do movimento testificou: “Produziu por toda
parte o mais profundo exame de coração e humilhação da alma
perante o Deus dos Céus. Resultou em desapego das coisas deste
mundo, afastamento de controvérsias e animosidades, confissão de
faltas, em contrição perante Deus, e súplicas, de coração arrependido
e quebrantado, para que o Senhor lhes perdoasse e os aceitasse.
Causou humilhação pessoal e contrição da alma, tais como nunca
dantes testemunhamos. Conforme Deus ordenara por meio de Joel,
para quando o grande dia do Senhor estivesse próximo, produziu o
rasgar de corações e não do vestuário, a conversão ao Senhor em
jejum, pranto e lamentações. Conforme dissera Deus por Zacarias,
sobre os Seus filhos foi derramado um espírito de graça e súplica;
eles olharam para Aquele a quem haviam ferido, houve grande
pranto na Terra, ... e os que esperavam pelo Senhor afligiram a alma
perante Ele.” — Bliss.