Página 362 - O Grande Conflito

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Capítulo 23 — O santuário celestial, centro de nossa
esperança
A passagem que, mais que todas as outras, havia sido tanto a
base como a coluna central da fé do advento, foi: “Até duas mil e
trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado.”
Daniel 8:14
.
Estas palavras haviam sido familiares a todos os crentes na próxima
vinda do Senhor. Era esta profecia repetida pelos lábios de milhares,
como a senha de sua fé. Todos sentiam que dos acontecimentos
nela preditos dependiam suas mais brilhantes expectativas e mais
acariciadas esperanças. Ficara demonstrado que esses dias proféticos
terminariam no outono de 1844. Em conformidade com o resto do
mundo cristão, os adventistas admitiam, nesse tempo, que a Terra, ou
alguma parte dela, era o santuário. Entendiam que a purificação do
santuário fosse a purificação da Terra pelos fogos do último grande
dia, e que ocorreria por ocasião do segundo advento. Daí a conclusão
de que Cristo voltaria à Terra em 1844.
Mas o tempo indicado passou e o Senhor não apareceu. Os cren-
tes sabiam que a Palavra de Deus não poderia falhar; deveria haver
engano na interpretação da profecia; onde, porém, estava o engano?
Muitos cortaram temerariamente o nó da dificuldade, negando que
os 2.300 dias terminassem em 1844. Nenhuma razão se poderia
dar para isto, a não ser que Cristo não viera na ocasião em que O
esperavam. Argumentavam que, se os dias proféticos houvessem
terminado em 1844, Cristo teria então voltado para purificar o san-
tuário mediante a purificação da Terra pelo fogo; e, visto que Ele
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não aparecera, os dias não poderiam ter terminado.
Aceitar esta conclusão equivalia a renunciar aos cômputos an-
teriores dos períodos proféticos. Verificara-se que os 2.300 dias
começavam quando a ordem de Artaxerxes para a restauração e
edificação de Jerusalém entrou em vigor, no outono de 457 antes de
Cristo. Tomando isto como ponto de partida, havia perfeita harmo-
nia na aplicação de todos os acontecimentos preditos na explicação
daquele período de
Daniel 9:25-27
. Sessenta e nove semanas, os
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