Página 370 - O Grande Conflito

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O Grande Conflito
náculo, e, colocando a mão sobre a cabeça da vítima, confessava
seus pecados, transferindo-os assim, figuradamente, de si para o
sacrifício inocente. O animal era então morto. “Sem derramamento
de sangue”, diz o apóstolo, “não há remissão de pecado.” “A vida da
carne está no sangue.”
Levítico 17:11
. A lei de Deus, sendo violada,
exige a vida do transgressor. O sangue, representando a vida que o
pecador perdera, pecador cuja culpa a vítima arrostava, era levado
pelo sacerdote ao lugar santo e aspergido diante do véu, atrás do
qual estava a arca contendo a lei que o pecador transgredira. Por
esta cerimônia, o pecado transferia-se, mediante o sangue, em figura,
para o santuário. Em alguns casos o sangue não era levado para o
lugar santo; mas a carne deveria então ser comida pelo sacerdote,
conforme Moisés determinou aos filhos de Arão, dizendo: “O Se-
nhor a deu a vós, para que levásseis a iniqüidade da congregação.”
Levítico 10:17
. Ambas as cerimônias simbolizavam, de igual modo,
a transferência do pecado do penitente para o santuário.
Esta era a obra que, dia após dia, se prolongava por todo o ano.
Os pecados de Israel eram assim transferidos para o santuário, e
uma obra especial se tornava necessária para a sua remoção. Deus
ordenou que fosse feita expiação para cada um dos compartimentos
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sagrados. “Fará expiação pelo santuário por causa das imundícias
dos filhos de Israel e das suas transgressões, segundo todos os seus
pecados: e assim fará para a tenda da congregação que mora com
eles no meio das suas imundícias.” Devia também ser feita expiação
pelo altar, para o purificar e santificar “das imundícias dos filhos de
Israel.”
Levítico 16:16, 19
.
Uma vez por ano, no grande dia da expiação, o sacerdote entrava
no lugar santíssimo para a purificação do santuário. A obra ali
efetuada completava o ciclo anual do ministério. No dia da expiação
dois bodes eram trazidos à porta do tabernáculo, e lançavam-se
sortes sobre eles, “uma sorte pelo Senhor, e a outra sorte pelo bode
emissário.”
Levítico 16:8
. O bode, sobre o qual caía a sorte do
Senhor, deveria ser morto como oferta pelo pecado do povo. E devia
o sacerdote trazer o sangue do bode para dentro do véu e aspergi-
lo sobre o propiciatório e diante do propiciatório. Devia também
aspergir o sangue sobre o altar de incenso, que estava diante do véu.
“E Arão porá ambas as suas mãos sobre a cabeça do bode vivo,
e sobre ele confessará todas as iniqüidades dos filhos de Israel, e