Página 400 - O Grande Conflito

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O Grande Conflito
de Cristo. Seus pais tinham sido aceitos por Deus, ao apresentarem
ofertas de sacrifícios; e por que não poderiam os filhos encontrar sal-
vação continuando com o mesmo modo de agir? Semelhantemente,
no tempo de Lutero, raciocinavam os romanistas que cristãos verda-
deiros tinham morrido na fé católica; e portanto, essa religião era
suficiente para a salvação. Tal raciocínio se mostrava uma barreira
eficaz contra todo o progresso na fé ou prática religiosa.
Muitos insistiam em que a guarda do domingo tinha sido, por
muitos séculos, uma doutrina estabelecida e generalizado costume
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da igreja. Contra este argumento se mostrou que o sábado e sua
observância eram mais antigos e generalizados, sendo mesmo tão
velhos como o próprio mundo, e trazendo a sanção tanto dos anjos
como de Deus. Quando foram postos os fundamentos da Terra,
quando as estrelas da alva juntamente cantavam, e todos os filhos
de Deus rejubilavam, foi então lançado o fundamento do sábado.
38:6, 7
;
Gênesis 2:1-3
. Bem pode esta instituição reclamar a nossa
reverência; não foi ordenada por nenhuma autoridade humana, e não
repousa sobre tradições humanas; foi estabelecida pelo Ancião de
Dias e ordenada por Sua eterna Palavra.
Ao ser a atenção do povo chamada para o assunto da reforma do
sábado, ministros populares perverteram a Palavra de Deus, inter-
pretando-a de modo a melhor tranqüilizar os espíritos inquiridores.
E os que não investigavam por si mesmos as Escrituras, contenta-
vam-se com aceitar conclusões que se achavam de acordo com os
seus desejos. Por meio de argumentos, sofismas, tradições dos pais
da igreja e autoridades eclesiásticas, muitos se esforçaram para sub-
verter a verdade. Os defensores desta foram compelidos à Sagrada
Escritura para defender a validade do quarto mandamento. Homens
humildes, armados unicamente com a Palavra da verdade, resistiram
aos ataques de homens de saber, que, com surpresa e ira, perceberam
a ineficácia de seus eloqüentes sofismas contra o raciocínio simples,
direto, daqueles que eram versados nas Escrituras ao invés de sê-lo
nas subtilezas filosóficas.
Na ausência de testemunho das Escrituras Sagradas a seu favor,
muitos, esquecendo-se de que o mesmo raciocínio fora empregado
contra Cristo e Seus apóstolos, insistiam com incansável persistên-
cia: “Por que não compreendem os nossos grandes homens esta
questão do sábado? Poucos, apenas, crêem como vós. Não pode ser