Página 403 - O Grande Conflito

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Restauração da verdade
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avisados, a obra final estaria consumada, e Cristo teria vindo para a
redenção de Seu povo.
Não foi a vontade de Deus que os filhos de Israel vagueassem
durante quarenta anos no deserto: desejava Ele levá-los diretamente
à terra de Canaã e ali os estabelecer como um povo santo, feliz.
Mas “não puderam entrar por causa da sua incredulidade.”
Hebreus
3:19
. Por sua reincidência e apostasia, pereceram os impenitentes no
deserto, e levantaram-se outros para entrarem na Terra Prometida.
Semelhantemente, não era a vontade de Deus que a vinda de Cristo
fosse tão demorada, e que Seu povo permanecesse tantos anos neste
mundo de pecado e tristeza. A incredulidade, porém, os separou
de Deus. Como se recusassem a fazer a obra que lhes havia desig-
nado, outros se levantaram para proclamar a mensagem. Usando
de misericórdia para com o mundo, Jesus retarda a Sua vinda, para
que pecadores possam ter oportunidade de ouvir a advertência, e
encontrar nEle refúgio antes que a ira de Deus seja derramada.
Hoje, como nos séculos anteriores, a apresentação de qualquer
verdade que reprove os pecados e erros dos tempos, suscitará opo-
sição. “Todo aquele que faz o mal aborrece a luz, e não vem para
a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.”
João 3:20
.
Ao verem os homens que não podem sustentar sua atitude pelas
Escrituras, decidir-se-ão muitos a mantê-la a todo transe, e, com
espírito mau, atacam o caráter e intuitos dos que permanecem na
defesa da verdade impopular. É o mesmo expediente que tem sido
adotado em todos os tempos. Elias foi acusado de ser o perturbador
de Israel, Jeremias de traidor, Paulo de profanador do templo. Desde
aquele tempo até hoje, os que desejam ser fiéis à verdade têm sido
denunciados como sediciosos, hereges ou facciosos. Multidões que
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são demasiado incrédulas para aceitar a segura palavra da profecia,
receberão com ilimitada credulidade a acusação contra os que ousam
reprovar os pecados em voga. Este espírito aumentará mais e mais:
E a Bíblia claramente ensina que se aproxima um tempo em que as
leis do Estado se encontrarão em tal conflito com a lei de Deus, que,
quem desejar obedecer a todos os preceitos divinos, deverá afrontar
o opróbrio e o castigo, como malfeitor.
Em vista disto, qual é o dever do mensageiro da verdade? Con-
cluirá ele que a verdade não deve ser apresentada, visto que muitas
vezes seu único efeito é levar os homens a se evadirem de seus requi-