Página 440 - O Grande Conflito

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O Grande Conflito
vessem sido acusados, não se teriam rebelado. Assim, obstinados
e arrogantes em sua deslealdade, procurando em vão subverter o
governo de Deus, ao mesmo tempo que, blasfemando, pretendiam
ser vítimas inocentes do poder opressivo, o arqui-rebelde e seus
seguidores foram afinal banidos do Céu.
O mesmo espírito que produziu a rebelião no Céu, ainda inspira a
rebelião na Terra. Satanás tem continuado, com os homens, o mesmo
estratagema que adotou em relação aos anjos. Seu espírito ora reina
nos filhos da desobediência. Semelhantes a ele, procuram romper
com as restrições da lei de Deus, prometendo liberdade aos homens
por meio da transgressão dos preceitos da mesma. A reprovação
do pecado suscita ainda o espírito de ódio e resistência. Quando
a consciência é advertida pelas mensagens divinas, Satanás leva
os homens a justificar-se e a procurar a simpatia de outros em seu
caminho de pecado. Em vez de corrigirem seus erros, indignam-
se contra aquele que reprova, como se fora ele a causa única da
dificuldade. Desde os dias do justo Abel até ao nosso tempo, este é o
espírito que tem sido manifestado para com os que ousam condenar
o pecado.
Pela mesma representação falsa do caráter divino, por ele dada
no Céu, fazendo com que Deus fosse considerado severo e tirano,
Satanás induziu o homem a pecar. E, logrando ser bem-sucedido
nisto, declarou que as injustas restrições de Deus haviam motivado a
queda do homem, assim como determinaram a sua própria rebelião.
Mas o próprio Eterno proclama o Seu caráter: “Jeová, o Senhor,
Deus misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em benefi-
cência e verdade, que guarda a beneficência em milhares; que perdoa
a iniqüidade, e a transgressão, e o pecado; que ao culpado não tem
por inocente.”
Êxodo 34:6, 7
.
Banindo Satanás do Céu, declarou Deus a Sua justiça e manteve
a honra de Seu trono. Quando, porém, o homem pecou, cedendo aos
enganos desse espírito apóstata, Deus ofereceu uma prova de Seu
amor, entregando o unigênito Filho para morrer pela raça decaída.
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Na expiação revela-se o caráter de Deus. O poderoso argumento
da cruz demonstra ao Universo todo que o caminho do pecado,
escolhido por Lúcifer, de maneira alguma era atribuível ao governo
de Deus.