Página 461 - O Grande Conflito

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Os ardis de Satanás
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contra o engano. Satanás está pronto para suprir o desejo do coração,
e apresenta seus ardis em lugar da verdade. Foi assim que o papado
alcançou seu poderio sobre o entendimento dos homens; e, pela
rejeição da verdade, visto implicar ela em uma cruz, os protestantes
estão seguindo o mesmo caminho. Todos os que negligenciam a
Palavra de Deus a fim de estudarem conveniências e expedientes
para que se não achem em desacordo com o mundo, serão deixados
a acolher condenável heresia em lugar de verdade religiosa. Toda
forma imaginável de erro será aceita pelos que voluntariamente
rejeitam a verdade. Quem olha com horror para um engano, receberá
facilmente outro. O apóstolo Paulo, falando de uma classe de pessoas
que “não receberam o amor da verdade para se salvarem”, declara:
“Por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a
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mentira; para que sejam julgados todos os que não creram a verdade,
antes tiveram prazer na iniquidade.”
2 Tessalonicenses 2:10-12
.
Com tal advertência diante de nós, cumpre-nos estar de sobreaviso a
respeito de quais doutrinas recebemos.
Entre as operações de maior êxito do grande enganador, encon-
tram-se os ensinos ilusórios e prodígios de mentira do espiritismo.
Disfarçado em anjo de luz, estende suas redes onde menos se es-
pera. Se os homens tão-somente estudassem o Livro de Deus com
fervorosa oração a fim de o poderem compreender, não seriam dei-
xados em trevas, à mercê das doutrinas falsas. Mas, rejeitando eles a
verdade, são presa da ilusão.
Outro erro perigoso é a doutrina que nega a divindade de Cristo,
pretendendo que Ele não tivera existência antes de Seu advento a este
mundo. Esta teoria é recebida com favor por uma vasta classe que
professa crer na Escritura Sagrada; diretamente contradiz, todavia,
as mais compreensíveis declarações de nosso Salvador com respeito
à Sua relação com o Pai, Seu caráter divino e Sua preexistência. Não
pode ser entretida sem a mais injustificada violência às Escrituras.
Não somente rebaixa as concepções do homem acerca da obra da
redenção, mas solapa a fé na Bíblia como revelação de Deus. Ao
mesmo tempo que isto a torna mais perigosa, torna-a também mais
difícil de ser enfrentada. Se os homens rejeitam o testemunho das
Escrituras inspiradas concernente à divindade de Cristo, é em vão
argüir com eles sobre este ponto; pois nenhum argumento, por mais
conclusivo, poderia convencê-los. “O homem natural não compre-