É o homem imortal?
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disto deu certeza a todos, ressuscitando-O dos mortos.”
Atos 17:31
.
Aqui o apóstolo terminantemente declara que um tempo específico,
então no futuro, fora fixado para o juízo do mundo.
Judas se refere ao mesmo tempo: “Aos anjos que não guardaram
o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na
escuridão, e em prisões eternas, até ao juízo daquele grande dia.” E
cita ainda as palavras de Enoque: “Eis que é vindo o Senhor com
milhares de Seus santos; para fazer juízo contra todos.” Jud. 6, 14
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e 15. João declara ter visto “os mortos, grandes e pequenos, que
estavam diante do trono; e abriram-se os livros; ... e os mortos foram
julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros.”
Apocalipse
20:12
.
Se, porém, os mortos já estão gozando a bem-aventurança celes-
tial, ou contorcendo-se nas chamas do inferno, que necessidade há
de um juízo futuro? Os ensinos da Palavra de Deus acerca destes
importantes pontos, não são obscuros nem contraditórios; podem ser
compreendidos pela mente comum. Mas que espírito imparcial pode
ver sabedoria ou justiça na teoria corrente? Receberão os justos,
depois da investigação de seu caso no juízo, este elogio: “Bem está,
servo bom e fiel. ... Entra no gozo do teu Senhor” (
Mateus 25:21
),
quando eles estiveram morando em Sua presença, talvez durante
longos séculos? São os ímpios convocados do lugar do tormento,
para receberem esta sentença do Juiz de toda a Terra: “Apartai-vos
de Mim, malditos, para o fogo eterno”?
Mateus 25:41
. Oh! sarcasmo
solene! vergonhoso obstáculo à sabedoria e justiça de Deus!
A teoria da imortalidade da alma foi uma das falsidades que
Roma tomou emprestadas do paganismo, incorporando-a à religião
da cristandade. Martinho Lutero classificou-a entre as “monstruosas
fábulas que fazem parte do monturo romano dos decretos.” — O
Problema da Imortalidade, de E. Petavel. Comentando as palavras de
Salomão no Eclesiastes, de que os mortos não sabem coisa nenhuma,
diz o reformador: “Outro passo provando que os mortos não têm. ...
sentimento. Não há ali”, diz ele, “deveres, ciência, conhecimento,
sabedoria. Salomão opinou que os mortos estão a dormir, e nada
sentem absolutamente. Pois os mortos ali jazem, não levando em
conta nem dias nem anos; mas, quando despertarem, parecer-lhes-
á haver dormido apenas um minuto.” — Exposição do Livro de
Salomão, Chamado Eclesiastes, de Lutero.