Página 513 - O Grande Conflito

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O maior perigo para o lar e a vida
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cavilar a respeito das Escrituras Sagradas, e espiritualizar e explicar
evasivamente suas mais importantes verdades. Muitos pastores estão
ensinando ao povo, e muitos mestres e professores estão a instruir
os estudantes, que a lei de Deus foi mudada ou ab-rogada; e os
que consideram suas reivindicações ainda como válidas, devendo
ser literalmente obedecidas, são julgados merecedores apenas de
ridículo e desdém.
Rejeitando a verdade, os homens rejeitam o seu Autor. Des-
prezando a lei de Deus, negam a autoridade do Legislador. É tão
fácil fazer um ídolo de falsas doutrinas e teorias, como talhá-lo de
madeira ou pedra. Representando falsamente os atributos de Deus,
Satanás leva os homens a olhá-Lo sob falso prisma. Para muitos,
um ídolo filosófico é entronizado em lugar de Jeová, enquanto o
Deus vivo, conforme é revelado em Sua Palavra, em Cristo e nas
obras da Criação, é adorado apenas por poucos. Milhares deificam a
Natureza, enquanto negam o Deus da Natureza. Posto que de forma
diversa, existe hoje a idolatria no mundo cristão tão verdadeiramente
como existiu entre o antigo Israel nos dias de Elias. O deus de mui-
tos homens que se professam sábios, de filósofos, poetas, políticos,
jornalistas; o deus dos seletos centros da moda, de muitos colégios
e universidades, mesmo de algumas instituições teológicas, pouco
melhor é do que Baal, o deus-Sol da Fenícia.
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Nenhum erro aceito pelo mundo cristão fere mais audaciosa-
mente a autoridade do Céu, nenhum se opõe mais diretamente aos
ditames da razão, nenhum é mais pernicioso em seus resultados
do que a doutrina moderna, que tão rapidamente ganha terreno, de
que a lei de Deus não mais vigora para os homens. Toda nação
tem suas leis que impõem respeito e obediência; nenhum governo
poderia existir sem elas; e pode-se conceber que o Criador dos céus
e da Terra não tenha lei para governar os seres que fez? Suponde
que clérigos preeminentes estivessem a ensinar publicamente que
os estatutos que governam seu país e protegem os direitos de seus
cidadãos não são obrigatórios; que cerceiam a liberdade do povo, e,
portanto, não devem ser obedecidos; quanto tempo seriam tolerados
esses homens no púlpito? É, porém, ofensa mais grave desatender
às leis dos Estados e nações do que pisar os preceitos divinos que
são o fundamento de todo governo?