Página 514 - O Grande Conflito

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O Grande Conflito
Seria muito mais razoável que nações abolissem seus estatutos e
permitissem ao povo fazer o que lhe aprouvesse, do que o Governa-
dor do Universo anular Sua lei e deixar o mundo sem uma norma
para condenar o culpado ou justificar o obediente. Qual seria o re-
sultado de abolir a lei de Deus? A experiência já foi feita. Terríveis
foram as cenas perpetradas na França quando o ateísmo se tornou
o poder dirigente. Demonstrou-se então ao mundo que sacudir as
restrições estabelecidas por Deus corresponde a aceitar o governo do
mais cruel dos tiranos. Quando a norma da justiça é posta de lado,
abre-se o caminho ao príncipe do mal para estabelecer seu poder na
Terra.
Quando quer que os preceitos divinos sejam rejeitados, o pecado
deixa de parecer repelente, ou a justiça desejável. Os que se recusam
a sujeitar-se ao governo de Deus, são de todo inaptos para se gover-
narem a si próprios. Mediante seus perniciosos ensinos, implanta-se
o espírito de rebeldia no coração das crianças e jovens, por natureza
adversos à disciplina, tendo isso como resultado a ilegalidade e des-
regramento, na sociedade. Ao mesmo tempo em que escarnecem da
credulidade dos que obedecem aos preceitos de Deus, as multidões
avidamente
. aceitam os enganos de Satanás. Dão rédeas à concupiscência, e
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praticam os pecados que atraíram juízos sobre os ímpios.
Os que ensinam o povo a considerar com leviandade os manda-
mentos de Deus, semeiam desobediência para colherem desobediên-
cia. Rejeite-se completamente a restrição imposta pela lei divina, e
as leis humanas logo serão desatendidas. Visto que Deus proíbe as
práticas desonestas: a cobiça, a mentira, a fraude, os homens estão
prontos a desprezar os Seus estatutos como estorvo à prosperidade
mundana; não se dão conta, porém, dos resultados que adviriam
de banir os preceitos divinos. Se a lei não estivesse em vigor, por
que temer transgredi-la? A propriedade não mais estaria segura. Os
homens obteriam pela violência as posses de seus semelhantes; e o
mais forte se tornaria o mais rico. A própria vida não seria respeitada.
O voto matrimonial não mais permaneceria como o baluarte sagrado
para proteger a família. O que tivesse forças tomaria, se o quisesse,
pela violência, a esposa de seu próximo. O quinto mandamento seria
posto de parte, juntamente com o quarto. Filhos não recuariam de
tirar a vida a seus pais, se assim fazendo, pudessem satisfazer ao