O maior perigo para o lar e a vida
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desejo do coração corrompido. O mundo civilizado se tornaria um
bando de ladrões e assassinos; e a paz, o descanso e a felicidade
desapareceriam da Terra.
A doutrina de que os homens estão isentos da obediência aos
mandamentos de Deus já tem debilitado a força da obrigação moral,
abrindo sobre o mundo as comportas da iniqüidade. Ilegalidade,
dissipação e corrupção nos assoberbam qual maré esmagadora. Sata-
nás está em atividade na família. Sua bandeira tremula, mesmo nos
lares que se professam cristãos. Há invejas, suspeitas, hipocrisias,
separação, emulação, contenda, traição de santos legados, satisfação
das paixões. Todo o conjunto dos princípios e doutrinas religiosas,
que deveriam constituir o fundamento e arcabouço da vida social,
assemelha-se a uma massa vacilante, prestes a ruir. Os mais vis dos
criminosos, quando lançados na prisão pelas suas faltas, tornam-se
freqüentemente recebedores de dádivas e atenções como se hou-
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vessem alcançado invejável distinção. Dá-se grande publicidade a
seu caráter e crimes. A imprensa publica as minúcias revoltantes do
vício, iniciando desta maneira outros na prática da fraude, roubo,
assassínio; e Satanás exulta no êxito de seus planos infernais. O
enfatuamento do vício, a criminalidade, o terrível aumento da intem-
perança e iniqüidade de toda sorte e grau, devem despertar todos os
que temem a Deus para que investiguem o que se pode fazer a fim
de sustar a maré do mal.
Os tribunais de justiça estão corrompidos. Governantes são mo-
vidos pelo desejo do ganho e amor dos prazeres sensuais. A intem-
perança obscureceu as faculdades de muitos, de maneira que Satanás
exerce sobre eles quase completo domínio. Os juristas se acham
pervertidos, subordinados, seduzidos. A embriaguez e a orgia, a pai-
xão, a inveja, a desonestidade de toda espécie, estão representadas
entre os que administram as leis. “A justiça se pôs longe; porque a
verdade anda tropeçando pelas ruas, e a eqüidade não pode entrar.”
Isaías 59:14
.
A iniqüidade e trevas espirituais que prevaleceram sob a su-
premacia de Roma foram resultado inevitável da supressão das
Escrituras; onde, porém, se deve encontrar a causa da generalizada
incredulidade, da rejeição da lei de Deus e conseqüente corrupção,
sob o amplo fulgor da luz evangélica, numa época de liberdade re-
ligiosa? Agora que Satanás não mais pode conservar o mundo sob