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O Grande Conflito
seu domínio, privando-o das Escrituras, recorre a outros meios para
realizar o mesmo objetivo. Destruir a fé na Bíblia serve tão bem a
seu propósito como o destruir a própria Bíblia. Introduzindo a crença
de que a lei de Deus não mais vigora, leva os homens à transgressão,
de um modo tão eficaz como se fossem completamente ignorantes
acerca de seus preceitos. E hoje, como nos séculos passados, está
a operar mediante a igreja a fim de favorecer os seus desígnios. As
organizações religiosas da época têm recusado ouvir as verdades
impopulares claramente apresentadas nas Escrituras, e, combatendo-
as, adotaram interpretações e assumiram atitudes que têm espalhado
largamente as sementes do ceticismo. Apegando-se ao erro papal
da imortalidade natural e consciência do homem na morte, rejeita-
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ram a única defesa contra os enganos do espiritismo. A doutrina do
tormento eterno tem levado muitos a descrer da Escritura Sagrada.
E, ao insistir-se com o povo acerca das reivindicações do quarto
mandamento, verifica-se que a observância do sábado do sétimo dia
é ordenada; e, como único meio de livrar-se de um dever que não
estão dispostos a cumprir, declaram muitos ensinadores populares
que a lei de Deus não mais está em vigor. Repelem, assim, a lei e
o sábado juntamente. À medida que se estende a obra da reforma
do sábado, esta rejeição da lei divina para evitar as reivindicações
do quarto mandamento se tornará quase universal. Os ensinos dos
dirigentes religiosos abriram a porta à incredulidade, ao espiritismo
e ao desdém para com a santa lei de Deus; e sobre esses dirigentes
repousa a terrível responsabilidade pela iniqüidade que existe no
mundo cristão.
Todavia esta mesma classe apresenta a alegação de que a cor-
rupção que rapidamente se alastra é atribuível em grande parte à
profanação do descanso dominical, e que a imposição da obser-
vância do domingo melhoraria grandemente a moral da sociedade.
Insiste-se nisto especialmente na América do Norte, onde a doutrina
do verdadeiro sábado tem sido mais amplamente pregada. Ali, a
obra da temperança, uma das mais preeminentes e importantes das
reformas morais, acha-se freqüentemente combinada com o movi-
mento em favor do descanso dominical, e os defensores do último
agem como se estivessem a trabalhar a fim de promover os mais
elevados interesses da sociedade; e os que se recusam a unir-se a
eles são denunciados como inimigos da temperança e reforma. Mas