Aproxima-se o tempo de angústia
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“Tenho visto a Deus face a face, e a minha alma foi salva.”
Gênesis
32:30
. Seriam tidos pelo Céu na conta de príncipes, com poder para
prevalecer com Deus e com os homens.
O “tempo de angústia como nunca houve” está prestes a mani-
festar-se sobre nós; e necessitaremos de uma experiência que agora
não possuímos, e que muitos são demasiado indolentes para obter.
Dá-se muitas vezes o caso de se supor maior a angústia do que em
realidade o é; não se dá isso, porém, com relação à crise diante de
nós. A mais vívida descrição não pode atingir a grandeza daquela
prova. Naquele tempo de provações, toda alma deverá por si mesma
estar em pé perante Deus. “Ainda que Noé, Daniel e Jó” estivessem
na Terra, “vivo Eu, diz o Senhor Jeová, que nem filho nem filha eles
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livrariam, mas só livrariam as suas próprias almas pela sua justiça.”
Ezequiel 14:20
.
Agora, enquanto nosso grande Sumo Sacerdote está a fazer expi-
ação por nós, devemos procurar tornar-nos perfeitos em Cristo. Nem
mesmo por um pensamento poderia nosso Salvador ser levado a
ceder ao poder da tentação. Satanás encontra nos corações humanos
algum ponto em que pode obter apoio; algum desejo pecaminoso é
acariciado, por meio do qual suas tentações asseguram a sua força.
Mas Cristo declarou de Si mesmo: “Aproxima-se o príncipe deste
mundo, e nada tem em Mim.”
João 14:30
. Satanás nada pôde achar
no Filho de Deus que o habilitasse a alcançar a vitória. Tinha guar-
dado os mandamentos de Seu Pai, e não havia nEle pecado que
Satanás pudesse usar para a sua vantagem. Esta é a condição em que
devem encontrar-se os que subsistirão no tempo de angústia.
É nesta vida que devemos afastar de nós o pecado, pela fé no
sangue expiatório de Cristo. Nosso precioso Salvador nos convida a
unir-nos a Ele, a ligar nossa fraqueza à Sua força, nossa ignorância à
Sua sabedoria, aos Seus méritos nossa indignidade. A providência de
Deus é a escola na qual devemos aprender a mansidão e humildade
de Jesus. O Senhor está sempre a colocar diante de nós, não o
caminho que preferiríamos, o qual nos parece mais fácil e agradável,
mas os verdadeiros objetivos da vida. Toca a nós cooperar com os
meios que o Céu emprega na obra de conformar nosso caráter ao
modelo divino. Ninguém poderá negligenciar ou adiar esta obra sem
grave perigo para a sua alma.