Página 548 - O Grande Conflito

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O Grande Conflito
O apóstolo João ouviu em visão uma grande voz no Céu, ex-
clamando: “Ai dos que habitam na Terra e no mar; porque o diabo
desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo.”
Apocalipse 12:12
. Terríveis são as cenas que provocam esta excla-
mação da voz celestial. A ira de Satanás aumenta à medida em que o
tempo se abrevia, e sua obra de engano e destruição atingirá o auge
no tempo de angústia.
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Terríveis cenas de caráter sobrenatural logo se manifestarão nos
céus, como indício do poder dos demônios, operadores de prodígios.
Os espíritos diabólicos sairão aos reis da Terra e ao mundo inteiro,
para segurá-los no engano, e forçá-los a se unirem a Satanás em
sua última luta contra o governo do Céu. Mediante estes agentes,
serão enganados tanto governantes como súditos. Levantar-se-ão
pessoas pretendendo ser o próprio Cristo e reclamando o título e
culto que pertencem ao Redentor do mundo. Efetuarão maravilhosos
prodígios de cura, afirmando terem recebido do Céu revelações que
contradizem o testemunho das Escrituras.
Como ato culminante no grande drama do engano, o próprio Sa-
tanás personificará Cristo. A igreja tem há muito tempo professado
considerar o advento do Salvador como a realização de suas espe-
ranças. Assim, o grande enganador fará parecer que Cristo veio. Em
várias partes da Terra, Satanás se manifestará entre os homens como
um ser majestoso, com brilho deslumbrante, assemelhando-se à des-
crição do Filho de Deus dada por João no Apocalipse (cap. 1:13-15).
A glória que o cerca não é excedida por coisa alguma que os olhos
mortais já tenham contemplado. Ressoa nos ares a aclamação de
triunfo: “Cristo veio! Cristo veio!” O povo se prostra em adoração
diante dele, enquanto este ergue as mãos e sobre eles pronuncia uma
bênção, assim como Cristo abençoava Seus discípulos quando aqui
na Terra esteve. Sua voz é meiga e branda, cheia de melodia. Em
tom manso e compassivo apresenta algumas das mesmas verdades
celestiais e cheias de graça que o Salvador proferia; cura as molés-
tias do povo, e então, em seu pretenso caráter de Cristo, alega ter
mudado o sábado para o domingo, ordenando a todos que santifi-
quem o dia que ele abençoou. Declara que aqueles que persistem em
santificar o sétimo dia estão blasfemando de Seu nome, pela recusa
de ouvirem Seus anjos à eles enviados com a luz e a verdade. É este
o poderoso engano, quase invencível. Semelhantes aos samaritanos
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