O livramento dos justos
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trono com vestes mais ricas do que já usaram os mais honrados da
Terra. Estão coroados com diademas mais gloriosos do que os que
já foram colocados na fronte dos monarcas terrestres. Os dias de
dores e prantos acabaram-se para sempre. O Rei da glória enxugou
as lágrimas de todos os rostos; removeu-se toda a causa de pesar.
Por entre o agitar dos ramos de palmeiras, derramam um cântico
de louvor, claro, suave e melodioso; todas as vozes apreendem a
harmonia até que reboa pelas abóbadas do céu a antífona: “Salvação
ao nosso Deus que está assentado no trono, e ao Cordeiro.” E todos
os habitantes do Céu assim respondem: “Amém. Louvor, e glória, e
sabedoria, e ação de graças, e honra, e poder, e força ao nosso Deus,
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para todo o sempre.”
Apocalipse 7:10, 12
.
Nesta vida podemos apenas começar a compreender o maravi-
lhoso tema da redenção. Com nossa compreensão finita podemos
considerar muito encarecidamente a ignomínia e a glória, a vida e a
morte, a justiça e a misericórdia, que se encontraram na cruz; toda-
via, com o máximo esforço de nossa faculdade mental, deixamos de
apreender seu completo significado. O comprimento e a largura, a
profundidade e a altura do amor que redime não são senão palida-
mente compreendidos. O plano da redenção não será amplamente
penetrado, mesmo quando os resgatados virem assim como eles são
vistos, e conhecerem como são conhecidos; antes, através das eras
eternas, novas verdades desdobrar-se-ão de contínuo à mente cheia
de admiração e deleite. Posto que os pesares, dores e tentações da
Terra estejam terminados, e removidas suas causas, sempre terá o
povo de Deus um conhecimento distinto, inteligente, do que custou
a sua salvação.
A cruz de Cristo será a ciência e cântico dos remidos por toda a
eternidade. No Cristo glorificado eles contemplarão o Cristo cruci-
ficado. Jamais se olvidará que Aquele cujo poder criou e manteve
os inumeráveis mundos através dos vastos domínios do espaço, o
Amado de Deus, a Majestade do Céu, Aquele a quem querubins e
resplendentes serafins se deleitavam em adorar — humilhou-Se para
levantar o homem decaído; que Ele arrostou a culpa e a ignomínia
do pecado e a ocultação da face de Seu Pai, até que as misérias de
um mundo perdido Lhe quebrantaram o coração e aniquilaram a
vida na cruz do Calvário. O fato de o Criador de todos os mundos,
o Árbitro de todos os destinos, deixar Sua glória e humilhar-Se por