Lealdade a Deus sob perseguição
            
            
              203
            
            
              falou com grande ponderação e calma: “Israelitas, atentai bem no
            
            
              que ides fazer a estes homens. Porque antes destes dias se levan-
            
            
              tou Teudas, insinuando ser ele alguma coisa, ao qual se agregaram
            
            
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              cerca de quatrocentos homens; mas ele foi morto, e todos quantos
            
            
              lhe prestavam obediência se dispersaram e deram em nada. Depois
            
            
              desse, levantou-se Judas, o galileu, nos dias do recenseamento, e
            
            
              levou muitos consigo; também este pereceu, e todos quantos lhe
            
            
              obedeciam foram dispersos. Agora vos digo: Dai de mão a estes
            
            
              homens, deixai-os; porque se este conselho ou esta obra vem de
            
            
              homens, perecerá; mas, se é de Deus, não podereis destruí-los, para
            
            
              que não sejais, porventura, achados lutando contra Deus.”
            
            
              Os sacerdotes não podiam senão ver plausibilidade nesta opi-
            
            
              nião; foram obrigados a concordar com ele, e com muita relutância
            
            
              soltaram os prisioneiros, depois de os castigar com varas e insistir
            
            
              com eles vez após vez a não mais pregarem em nome de Jesus,
            
            
              ou suas vidas seriam o preço de sua ousadia. “E eles se retiraram
            
            
              do Sinédrio, regozijando-se por terem sido considerados dignos de
            
            
              sofrer afrontas por esse Nome. E todos os dias, no templo e de casa
            
            
              em casa, não cessavam de ensinar, e de pregar Jesus, o Cristo.”
            
            
              Os perseguidores dos apóstolos devem ter ficado bem pertur-
            
            
              bados quando viram sua falta de habilidade para derrotar estas tes-
            
            
              temunhas de Cristo, que tiveram fé e coragem para transformar
            
            
              sua vergonha em glória e seu padecimento em alegria por amor de
            
            
              seu Mestre, que tinha suportado humilhação e agonia antes deles.
            
            
              Dessa maneira estes bravos discípulos continuaram a ensinar em
            
            
              público, e em particular nas casas, a convite de seus habitantes que
            
            
              não ousavam confessar abertamente sua fé, por temor dos judeus.
            
            
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