A morte de Estêvão
            
            
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              não o aterrorizavam. “Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, fitou os
            
            
              olhos no céu e viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à Sua direita,
            
            
              e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do homem em pé à
            
            
              destra de Deus.”
            
            
              A cena ao seu redor perdeu-se-lhe de vista; os portais do Céu
            
            
              [266]
            
            
              se abriram, e Estêvão, olhando, viu a glória das cortes de Deus,
            
            
              e Cristo, como Se acabasse de levantar de Seu trono, pronto para
            
            
              suster Seu servo, que estava prestes a sofrer o martírio por Seu
            
            
              nome. Quando Estêvão descreveu as gloriosas cenas descerradas
            
            
              diante dele, isto foi mais do que seus perseguidores podiam suportar.
            
            
              Tapando os ouvidos para não ouvir suas palavras, e dando altos
            
            
              brados, com fúria correram unânimes sobre ele. “E apedrejaram a
            
            
              Estêvão que invocava e dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito!
            
            
              Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes
            
            
              este pecado. Com estas palavras adormeceu.”
            
            
              Em meio às agonias desta morte tão cruel, o fiel mártir, à seme-
            
            
              lhança de seu divino Mestre, orou por seus assassinos. As testemu-
            
            
              nhas que haviam acusado Estêvão foram convocadas para lançar as
            
            
              primeiras pedras. Estas pessoas depuseram suas vestes aos pés de
            
            
              Saulo, que havia tomado parte ativa na disputa e consentia na morte
            
            
              do prisioneiro.
            
            
              O martírio de Estêvão produziu profunda impressão em todos
            
            
              os que o presenciaram. Foi uma prova severa para a igreja, mas
            
            
              resultou na conversão de Saulo. A fé, constância e glorificação do
            
            
              mártir não podiam ser apagadas de sua mente. O sinal de Deus em
            
            
              seu rosto, suas palavras, que alcançavam a alma de todos aqueles que
            
            
              as ouviam, exceto daqueles que estavam endurecidos pela resistência
            
            
              à luz, permaneciam na memória dos observadores, e testificavam da
            
            
              verdade do que ele tinha proclamado.
            
            
              Nenhuma sentença legal fora pronunciada contra Estêvão, mas
            
            
              as autoridades romanas foram subornadas com grandes somas de
            
            
              dinheiro para não fazerem investigação sobre o caso. Na cena do
            
            
              julgamento e morte de Estêvão, Saulo parecera estar imbuído de um
            
            
              zelo frenético. Parecera ficar irado com sua própria convicção íntima
            
            
              [267]
            
            
              de que Estêvão fora honrado por Deus, ao mesmo tempo em que era
            
            
              desonrado pelos homens.
            
            
              Ele continuou a perseguir a igreja de Deus, acossando seus mem-
            
            
              bros, prendendo-os em suas casas e entregando-os aos sacerdotes e