Página 213 - Hist

Basic HTML Version

A morte de Estêvão
209
não o aterrorizavam. “Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, fitou os
olhos no céu e viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à Sua direita,
e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do homem em pé à
destra de Deus.”
A cena ao seu redor perdeu-se-lhe de vista; os portais do Céu
[266]
se abriram, e Estêvão, olhando, viu a glória das cortes de Deus,
e Cristo, como Se acabasse de levantar de Seu trono, pronto para
suster Seu servo, que estava prestes a sofrer o martírio por Seu
nome. Quando Estêvão descreveu as gloriosas cenas descerradas
diante dele, isto foi mais do que seus perseguidores podiam suportar.
Tapando os ouvidos para não ouvir suas palavras, e dando altos
brados, com fúria correram unânimes sobre ele. “E apedrejaram a
Estêvão que invocava e dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito!
Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes
este pecado. Com estas palavras adormeceu.”
Em meio às agonias desta morte tão cruel, o fiel mártir, à seme-
lhança de seu divino Mestre, orou por seus assassinos. As testemu-
nhas que haviam acusado Estêvão foram convocadas para lançar as
primeiras pedras. Estas pessoas depuseram suas vestes aos pés de
Saulo, que havia tomado parte ativa na disputa e consentia na morte
do prisioneiro.
O martírio de Estêvão produziu profunda impressão em todos
os que o presenciaram. Foi uma prova severa para a igreja, mas
resultou na conversão de Saulo. A fé, constância e glorificação do
mártir não podiam ser apagadas de sua mente. O sinal de Deus em
seu rosto, suas palavras, que alcançavam a alma de todos aqueles que
as ouviam, exceto daqueles que estavam endurecidos pela resistência
à luz, permaneciam na memória dos observadores, e testificavam da
verdade do que ele tinha proclamado.
Nenhuma sentença legal fora pronunciada contra Estêvão, mas
as autoridades romanas foram subornadas com grandes somas de
dinheiro para não fazerem investigação sobre o caso. Na cena do
julgamento e morte de Estêvão, Saulo parecera estar imbuído de um
zelo frenético. Parecera ficar irado com sua própria convicção íntima
[267]
de que Estêvão fora honrado por Deus, ao mesmo tempo em que era
desonrado pelos homens.
Ele continuou a perseguir a igreja de Deus, acossando seus mem-
bros, prendendo-os em suas casas e entregando-os aos sacerdotes e