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              História da Redenção
            
            
              Tornou clara sua própria lealdade para com Deus e para com a
            
            
              fé judaica, enquanto mostrava que a lei na qual os judeus confiavam
            
            
              para a salvação não fora capaz de salvar Israel da idolatria. Ligou
            
            
              Jesus Cristo com toda a história judaica. Referiu-se à construção do
            
            
              templo de Salomão, e às palavras deste, bem como de Isaías: “Mas
            
            
              o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens.”
            
            
              “O Céu é o Meu trono, e a Terra o estrado de Meus pés. Que casa
            
            
              Me edificareis? diz o Senhor, ou qual é o lugar do Meu repouso?
            
            
              Porventura não fez a Minha mão todas estas coisas?” O lugar da
            
            
              mais alta adoração de Deus estava no Céu.
            
            
              Quando Estêvão atingiu este ponto, houve um tumulto entre
            
            
              o povo. O prisioneiro leu sua sorte nos rostos diante dele. Viu a
            
            
              resistência que encontraram suas palavras, que falara sob a direção
            
            
              [265]
            
            
              do Espírito Santo. Sabia que estava dando seu último testemunho.
            
            
              Poucos dos que lêem este discurso de Estêvão o apreciam convenien-
            
            
              temente. A ocasião, o tempo e o lugar devem ser tidos em mente para
            
            
              fazer com que suas palavras expressem seu completo significado.
            
            
              Quando ele estabeleceu conexão entre Cristo e as profecias, e
            
            
              falou, como fizera, a respeito do templo, o sacerdote, pretendendo
            
            
              estar tomado de horror, rasgou suas vestes. Este ato foi para Estêvão
            
            
              um sinal de que sua voz logo silenciaria para sempre. Embora ele
            
            
              estivesse apenas no meio de seu sermão, concluiu-o abruptamente
            
            
              quebrando de súbito a cadeia da História, e, voltando-se para seus
            
            
              enfurecidos juízes, disse: “Homens de dura cerviz e incircuncisos de
            
            
              coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo, assim
            
            
              como fizeram vossos pais, também vós o fazeis. Qual dos profetas
            
            
              vossos pais não perseguiram? Eles mataram os que anteriormente
            
            
              anunciavam a vinda do Justo, do qual vós agora vos tornastes traido-
            
            
              res e assassinos, vós que recebestes a lei por ministério de anjos, e
            
            
              não a guardastes.”
            
            
              Morte de mártir
            
            
              A esta altura, sacerdotes e príncipes ficaram fora de si de cólera.
            
            
              Agindo mais como feras rapinantes do que como seres humanos,
            
            
              precipitaram-se sobre Estêvão, rangendo os dentes. Ele, porém, não
            
            
              se intimidou; já esperava por isso. Seu rosto estava calmo, e resplan-
            
            
              decia uma luz angelical. Os enfurecidos sacerdotes e a turba excitada