A conversão de Saulo
            
            
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              sendo rejeitado, escarnecido, condenado e crucificado por aqueles
            
            
              a quem viera salvar, e tendo ressuscitado dos mortos e ascendido
            
            
              aos Céus. Neste terrível instante relembrou que o santo Estêvão
            
            
              fora sacrificado com seu consentimento, e que por meio de sua
            
            
              instrumentalidade muitos outros valorosos santos encontraram a
            
            
              morte pela cruel perseguição.
            
            
              “Ele perguntou: Quem és Tu, Senhor? E a resposta foi: Eu sou
            
            
              Jesus, a quem tu persegues; mas, levanta-te, e entra na cidade, onde
            
            
              te dirão o que te convém fazer.” Nenhuma dúvida assaltou a mente
            
            
              de Saulo de que fora o verdadeiro Jesus de Nazaré que lhe falara, e
            
            
              que Ele era de fato o tão longamente esperado Messias, a Consolação
            
            
              [271]
            
            
              e o Redentor de Israel.
            
            
              Quando a ofuscante glória se retirou e Saulo se levantou do chão,
            
            
              achou-se completamente despojado da vista. O fulgor da glória de
            
            
              Cristo fora por demais intenso para seus olhos mortais; e, desa-
            
            
              parecido este fulgor, a escuridão da noite alojou-se em sua visão.
            
            
              Creu que esta cegueira era um castigo divino por sua cruel perse-
            
            
              guição aos seguidores de Jesus. Tateou ao redor em terríveis trevas,
            
            
              e seus companheiros, em temor e pasmo, levaram-no pela mão até
            
            
              Damasco.
            
            
              Dirigido para a igreja
            
            
              A resposta à pergunta de Saulo foi: “Levanta-te, e entra na cidade,
            
            
              onde te dirão o que te convém fazer.” Jesus enviou o inquiridor judeu
            
            
              a Sua igreja, para dela obter um conhecimento de seu dever. Cristo
            
            
              realizou a obra de revelação e convicção; agora o penitente estava em
            
            
              condições de aprender daqueles a quem Deus ordenou para ensinar
            
            
              Sua verdade. Assim Jesus sancionou a autoridade de Sua igreja
            
            
              organizada, e colocou Saulo em associação com Seus representantes
            
            
              na Terra. A luz da celestial iluminação privara Saulo da vista, e
            
            
              Jesus, o grande Médico, não a restaurou imediatamente. Todas as
            
            
              bênçãos fluem de Cristo, entretanto, havia Ele estabelecido uma
            
            
              igreja como Sua representante na Terra, e a ela pertencia a obra
            
            
              de guiar o arrependido pecador no caminho da vida. Os mesmos
            
            
              homens a quem Saulo tinha o propósito de destruir deviam ser seus
            
            
              instrutores na religião que ele desprezara e perseguira.