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História da Redenção
A fé de Saulo foi severamente provada durante três dias de jejum
e oração na casa de Judas, em Damasco. Ele estava totalmente cego,
e em completas trevas mentais para o que fosse requerido dele. Tinha
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sido orientado para ir a Damasco, onde lhe seria dito o que convinha
fazer. Em sua incerteza e desespero clamou ferventemente a Deus.
“Ora, havia em Damasco um discípulo, chamado Ananias. Disse-lhe
o Senhor numa visão: Ananias! Ao que respondeu: Eis-me aqui,
Senhor. Então o Senhor lhe ordenou: Dispõe-te, e vai à rua que se
chama Direita e, na casa de Judas, procura por Saulo, apelidado
de Tarso; pois ele está orando, e viu entrar um homem, chamado
Ananias, e impor-lhe as mãos, para que recuperasse a vista.”
Ananias mal podia crer nas palavras do anjo mensageiro, pois
a odiosa perseguição de Saulo aos santos em Jerusalém tinha se
espalhado por perto e longe. Atreveu-se a argumentar, dizendo:
“Senhor, de muitos tenho ouvido a respeito desse homem, quantos
males tem feito aos Teus santos em Jerusalém; e para aqui trouxe
autorização dos principais sacerdotes para prender a todos os que
invocam o Teu nome.” Mas a ordem para Ananias foi imperativa:
“Vai, porque este é para Mim um instrumento escolhido para levar o
Meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de
Israel.”
O discípulo, obediente à orientação do anjo, saiu em busca do
homem que ainda recentemente havia respirado ameaças contra
todos os que criam no nome de Jesus. Dirigiu-se a ele: “Saulo,
irmão, o Senhor me enviou, a saber, o próprio Jesus que te apareceu
no caminho por onde vinhas, para que recuperes a vista e fiques cheio
do Espírito Santo. Imediatamente lhe caíram dos olhos como que
umas escamas, e tornou a ver. A seguir levantou-se e foi batizado.”
Aqui deu Cristo um exemplo de Sua maneira de operar para a
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salvação dos homens. Podia ter feito todo esse trabalho diretamente
por Saulo; porém, isso não estava de acordo com Seu plano. Suas
bênçãos deveriam vir através das instrumentalidades que Ele havia
ordenado. Saulo tinha alguma coisa a fazer em matéria de confissão
àqueles cuja destruição tramara; e Deus tinha um trabalho respon-
sável a ser feito pelos homens a quem autorizara para agir em Seu
lugar.
Saulo tornou-se um aluno dos discípulos. À luz da lei viu-se
como um pecador. Viu que Jesus, que em sua ignorância havia