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              História da Redenção
            
            
              A fé de Saulo foi severamente provada durante três dias de jejum
            
            
              e oração na casa de Judas, em Damasco. Ele estava totalmente cego,
            
            
              e em completas trevas mentais para o que fosse requerido dele. Tinha
            
            
              [272]
            
            
              sido orientado para ir a Damasco, onde lhe seria dito o que convinha
            
            
              fazer. Em sua incerteza e desespero clamou ferventemente a Deus.
            
            
              “Ora, havia em Damasco um discípulo, chamado Ananias. Disse-lhe
            
            
              o Senhor numa visão: Ananias! Ao que respondeu: Eis-me aqui,
            
            
              Senhor. Então o Senhor lhe ordenou: Dispõe-te, e vai à rua que se
            
            
              chama Direita e, na casa de Judas, procura por Saulo, apelidado
            
            
              de Tarso; pois ele está orando, e viu entrar um homem, chamado
            
            
              Ananias, e impor-lhe as mãos, para que recuperasse a vista.”
            
            
              Ananias mal podia crer nas palavras do anjo mensageiro, pois
            
            
              a odiosa perseguição de Saulo aos santos em Jerusalém tinha se
            
            
              espalhado por perto e longe. Atreveu-se a argumentar, dizendo:
            
            
              “Senhor, de muitos tenho ouvido a respeito desse homem, quantos
            
            
              males tem feito aos Teus santos em Jerusalém; e para aqui trouxe
            
            
              autorização dos principais sacerdotes para prender a todos os que
            
            
              invocam o Teu nome.” Mas a ordem para Ananias foi imperativa:
            
            
              “Vai, porque este é para Mim um instrumento escolhido para levar o
            
            
              Meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de
            
            
              Israel.”
            
            
              O discípulo, obediente à orientação do anjo, saiu em busca do
            
            
              homem que ainda recentemente havia respirado ameaças contra
            
            
              todos os que criam no nome de Jesus. Dirigiu-se a ele: “Saulo,
            
            
              irmão, o Senhor me enviou, a saber, o próprio Jesus que te apareceu
            
            
              no caminho por onde vinhas, para que recuperes a vista e fiques cheio
            
            
              do Espírito Santo. Imediatamente lhe caíram dos olhos como que
            
            
              umas escamas, e tornou a ver. A seguir levantou-se e foi batizado.”
            
            
              Aqui deu Cristo um exemplo de Sua maneira de operar para a
            
            
              [273]
            
            
              salvação dos homens. Podia ter feito todo esse trabalho diretamente
            
            
              por Saulo; porém, isso não estava de acordo com Seu plano. Suas
            
            
              bênçãos deveriam vir através das instrumentalidades que Ele havia
            
            
              ordenado. Saulo tinha alguma coisa a fazer em matéria de confissão
            
            
              àqueles cuja destruição tramara; e Deus tinha um trabalho respon-
            
            
              sável a ser feito pelos homens a quem autorizara para agir em Seu
            
            
              lugar.
            
            
              Saulo tornou-se um aluno dos discípulos. À luz da lei viu-se
            
            
              como um pecador. Viu que Jesus, que em sua ignorância havia