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              História da Redenção
            
            
              Tanto Paulo como Barnabé tinham sido laboriosos ministros de
            
            
              Cristo, e Deus recompensara abundantemente seus esforços, mas
            
            
              nenhum deles havia sido formalmente ordenado para o ministério
            
            
              evangélico pela oração e pela imposição das mãos. Agora, eles
            
            
              estavam autorizados pela igreja não somente a pregar a verdade, mas
            
            
              também a batizar e organizar novas igrejas, sendo investidos de plena
            
            
              autoridade eclesiástica. Esta foi uma época importante para a igreja.
            
            
              Embora o muro de separação entre judeus e gentios tivesse sido
            
            
              derribado pela morte de Cristo, levando aos gentios os privilégios
            
            
              totais do evangelho, o véu ainda não havia sido tirado dos olhos de
            
            
              muitos crentes judeus, e eles não podiam discernir claramente o fim
            
            
              daquilo que foi abolido pelo Filho de Deus. O trabalho agora devia
            
            
              prosseguir vigorosamente entre os gentios, e disso devia resultar o
            
            
              [304]
            
            
              fortalecimento da igreja mediante uma farta colheita de almas.
            
            
              Os apóstolos, neste seu trabalho especial, estariam expostos a
            
            
              suspeitas, preconceitos e ciúmes. Como conseqüência natural de
            
            
              sua saída do exclusivismo judaico, suas doutrinas e idéias estariam
            
            
              sujeitas à acusação de heresia, e suas credenciais de ministros do
            
            
              evangelho seriam postas em dúvida por muitos judeus zelosos e
            
            
              crentes. Deus previu as dificuldades que Seus servos deviam enfren-
            
            
              tar, e, em Sua sábia providência, fez com que fossem investidos com
            
            
              a inquestionável autoridade da estabelecida igreja de Deus, para que
            
            
              sua obra estivesse acima de acusação.
            
            
              Em época posterior, o rito da ordenação mediante a imposição
            
            
              das mãos sofreu muito abuso; ligava-se a esse ato uma insusten-
            
            
              tável importância, como se sobreviesse de vez um poder aos que
            
            
              recebiam essa ordenação, poder que os habilitasse imediatamente
            
            
              para toda e qualquer obra ministerial, em virtude da imposição das
            
            
              mãos. Temos, na história desses dois apóstolos, unicamente um sin-
            
            
              gelo relatório da imposição das mãos e da sua influência sobre o
            
            
              seu trabalho. Tanto Paulo como Barnabé já haviam recebido sua
            
            
              comissão do próprio Deus, e a cerimônia da imposição das mãos
            
            
              não ajuntou à mesma nenhuma graça ou virtual qualificação. Por
            
            
              ela, era simplesmente colocado o selo da igreja sobre a obra de Deus
            
            
              — uma forma reconhecida de designação para um cargo específico.