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              História da Redenção
            
            
              morrer da mesma maneira que seu Mestre. Pedro havia-se arrepen-
            
            
              dido sinceramente daquele pecado, e tinha sido perdoado por Cristo,
            
            
              como se pode ver pela alta missão a ele dada para alimentar as ove-
            
            
              lhas e cordeiros do rebanho. Ele, porém, nunca pôde perdoar a si
            
            
              mesmo. Nem mesmo o pensamento das agonias da última e terrível
            
            
              cena puderam diminuir a amargura de sua tristeza e arrependimento.
            
            
              Como último favor, rogou de seus algozes que fosse pregado na cruz
            
            
              de cabeça para baixo. O pedido foi atendido, e desta maneira morreu
            
            
              o grande apóstolo Pedro.
            
            
              O testemunho final de Paulo
            
            
              Paulo foi levado reservadamente ao lugar da execução. Seus
            
            
              perseguidores, alarmados com a extensão de sua influência, temiam
            
            
              que fossem ganhos conversos para o cristianismo por meio das cenas
            
            
              de sua morte. A poucos espectadores se permitiu estar presentes.
            
            
              Mas, os empedernidos soldados que o acompanhavam, ouviram
            
            
              suas palavras, e com espanto o viram animoso e mesmo alegre à
            
            
              vista de semelhante morte. Seu espírito de perdão para com os
            
            
              assassinos e sua inabalável confiança em Cristo até o derradeiro
            
            
              momento, mostrou ser um cheiro de vida para vida para alguns que
            
            
              [317]
            
            
              testemunharam seu martírio. Mais de um logo aceitaram o Salvador
            
            
              que Paulo pregava, e selaram destemidamente com o sangue a sua
            
            
              fé.
            
            
              A vida de Paulo, até o último instante, testificou da verdade de
            
            
              suas palavras aos coríntios: “Porque Deus que disse: De trevas res-
            
            
              plandecerá luz — Ele mesmo resplandeceu em nossos corações, para
            
            
              iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo. Te-
            
            
              mos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do
            
            
              poder seja de Deus e não de nós. Em tudo somos atribulados, porém
            
            
              não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos,
            
            
              porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos; levando
            
            
              sempre no corpo o morrer de Jesus para que também a Sua vida se
            
            
              manifeste em nosso corpo.”
            
            
              2 Coríntios 4:6-10
            
            
              . Sua competência
            
            
              não estava em si mesmo, mas na presença e na operação do divino
            
            
              Espírito que lhe enchia a alma, e levava cativo todo o entendimento
            
            
              à vontade de Cristo. O fato de que sua própria vida exemplificava a
            
            
              verdade que proclamava dava convincente poder tanto a sua prega-