Martírio de Paulo e Pedro
            
            
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              ção como a sua conduta. Disse o profeta: “Tu, Senhor, conservarás
            
            
              em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia
            
            
              em Ti.”
            
            
              Isaías 26:3
            
            
              . Foi esta paz celestial expressa no semblante de
            
            
              Paulo que ganhou muitas almas para o evangelho.
            
            
              O apóstolo estava a olhar para o grande além, não com incerteza
            
            
              ou terror, mas com jubilosa esperança e anelante expectativa. Ao
            
            
              encontrar-se no lugar do martírio, não viu a luzente espada do car-
            
            
              rasco nem a verde relva que tão logo lhe havia de receber o sangue;
            
            
              olha, através do calmo céu azul daquele dia de verão, para o trono
            
            
              do Eterno. Sua linguagem foi: Ó Senhor, Tu és o meu conforto e
            
            
              galardão! Quando poderei tocar-Te? Quando poderei ver-Te por mim
            
            
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              mesmo, sem um véu obscuro de permeio?
            
            
              Paulo levou através de sua vida terrena a atmosfera do Céu.
            
            
              Todos os que com ele se associavam sentiam a influência de sua
            
            
              união com Cristo e a companhia com os anjos. Nisto reside o poder
            
            
              da verdade. A influência espontânea e inconsciente de uma vida
            
            
              santa é o mais convincente sermão que se pode fazer em prol do
            
            
              cristianismo. O argumento, mesmo quando seja irrespondível, pode
            
            
              só provocar oposição; mas o exemplo piedoso tem um poder a que é
            
            
              impossível resistir completamente.
            
            
              Ao passo que o apóstolo perdia de vista os seus próprios sofri-
            
            
              mentos que se aproximavam, sentia uma profunda solicitude pelos
            
            
              discípulos que ele estava prestes a deixar a lutar com o preconceito,
            
            
              o ódio e a perseguição. Ele se esforçou para fortalecer e encorajar
            
            
              os poucos cristãos que o acompanharam ao local da execução, repe-
            
            
              tindo as inexcedíveis e preciosas promessas feitas àqueles que são
            
            
              perseguidos por causa da justiça. Assegurou-lhes que nada falharia
            
            
              de tudo aquilo que o Senhor falara com respeito a Seus filhos pro-
            
            
              vados e fiéis. Eles se levantarão e brilharão; pois a luz do Senhor
            
            
              estará sobre eles. Eles vestirão suas belas vestes quando a glória
            
            
              do Senhor lhes for revelada. Por pouco tempo poderão estar sob
            
            
              a opressão de multiformes tentações, poderão estar destituídos de
            
            
              conforto terrestre; mas devem animar seus corações dizendo: Eu sei
            
            
              em quem tenho crido. Ele é capaz de guardar o meu depósito. Os
            
            
              sofrimentos terão fim e a alegre manhã de paz e dia perfeito virá.
            
            
              O Capitão da nossa salvação preparou Seu servo para o úl-
            
            
              timo grande conflito. Resgatado pelo sacrifício de Cristo, lavado
            
            
              do pecado em Seu sangue, e revestido de Sua justiça, Paulo tem o
            
            
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