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              História da Redenção
            
            
              gamento de dinheiro à igreja, podia livrar-se do pecado e igualmente
            
            
              libertar as almas de seus amigos falecidos que estivessem condena-
            
            
              [334]
            
            
              dos às chamas atormentadoras. Por esses meios Roma abarrotou os
            
            
              cofres e sustentou a magnificência, o luxo e os vícios dos pretensos
            
            
              representantes dAquele que não tinha onde reclinar a cabeça.
            
            
              A ordenança escriturística da Ceia do Senhor fora suplantada
            
            
              pelo idolátrico sacrifício da missa. Sacerdotes papais pretendiam,
            
            
              mediante esse disfarce destituído de sentido, converter o simples pão
            
            
              e vinho no verdadeiro corpo e sangue de Cristo. Com blasfema pre-
            
            
              sunção pretendiam abertamente o poder de “criarem o seu Criador”.
            
            
              Aos cristãos exigia-se, sob pena de morte, confessar sua fé nesta
            
            
              heresia horrível, que insulta ao Céu. Aqueles que a isto se recusaram
            
            
              foram entregues às chamas.
            
            
              O meio-dia do papado foi a meia-noite moral do mundo. As
            
            
              Sagradas Escrituras eram quase desconhecidas, não somente pelo
            
            
              povo mas pelos sacerdotes. Como os fariseus de outrora, os dirigen-
            
            
              tes papais odiavam a luz que revelaria os seus pecados. Removida
            
            
              a lei de Deus — a norma de justiça — exerciam eles poder sem
            
            
              limites e praticavam os vícios sem restrições. Prevaleciam a fraude,
            
            
              a avareza, a libertinagem. Os homens não recuavam de crime algum
            
            
              pelo qual pudessem adquirir riqueza ou posição. Os palácios dos
            
            
              papas e prelados eram cenários da mais vil devassidão. Alguns dos
            
            
              pontífices reinantes eram culpados de crimes tão revoltantes que
            
            
              os governadores seculares se esforçavam por depor esses dignitá-
            
            
              rios da igreja como monstros demasiado vis para serem tolerados
            
            
              no trono. Durante séculos não houve progresso no saber, nas artes
            
            
              ou na civilização. Uma paralisia moral e intelectual caíra sobre a
            
            
              cristandade.
            
            
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