Progressos da reforma
275
Na Escócia, o evangelho encontrou um campeão na pessoa de
João Knox. Este fiel e verdadeiro reformador não temia a face do
homem. Os fogos do martírio, luzindo em redor dele, apenas serviam
para despertar seu zelo em maior intensidade. Com o machado do
carrasco pendente ameaçadoramente sobre a cabeça manteve-se em
seu terreno, desfechando vigorosos golpes à direita e à esquerda,
para demolir a idolatria. Assim, manteve seu propósito, orando e
travando as batalhas do Senhor, até que a Escócia ficou livre.
Na Inglaterra, Latimer sustentava do púlpito que a Bíblia deveria
ser lida na língua do povo. O Autor da Escritura Sagrada, dizia ele, “é
o próprio Deus”; e esta Escritura participa do poder e da eternidade
de seu Autor. “Não há rei, imperador, magistrado, ou governador...
que não tenha o dever de obedecer a... Sua santa Palavra.” “Não
tomemos quaisquer atalhos, mas dirija-nos a Palavra de Deus: não
andemos segundo nossos antepassados nem busquemos saber o que
fizeram, mas sim o que deveriam ter feito.”
Barnes e Frith, fiéis amigos de Tyndale, levantaram-se em defesa
da verdade. Seguiram-se os Ridleys e Cranmer. Estes dirigentes
da Reforma inglesa eram homens de saber, e a maioria deles tinha
sido muito estimada pelo zelo e piedade na comunhão romana. Sua
oposição ao papado resultou de seu conhecimento dos erros da
[352]
“Santa Sé”. Familiarizados com os mistérios de Babilônia, maior
poder imprimiram a seus testemunhos contra ela.
O grande princípio mantido por Tyndale, Frith, Latimer e os
Ridleys, foi a divina autoridade e suficiência das Sagradas Escrituras.
Rejeitaram a pretensa autoridade dos papas, concílios, padres e reis
de governarem a consciência em matéria de fé religiosa. A Bíblia
era sua norma, e para esta eles levavam todas as doutrinas e todos
os reclamos. A fé em Deus e em Sua Palavra sustentava aqueles
homens santos, ao renderem a vida no instrumento de tortura.
[353]