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Tentação e queda
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que não estava sentindo nenhum mau efeito, mas ao contrário, uma
influência muito agradável, e insistiu com ele para que comesse.
Adão compreendeu muito bem que sua companheira transgredira
a única proibição a eles imposta como prova de sua fidelidade e amor.
Eva arrazoou que a serpente dissera que certamente não morreriam, e
que suas palavras tinham de ser verdadeiras, pois não sentia qualquer
sinal do desagrado de Deus, mas uma agradável influência, como
imaginava que os anjos sentiam.
Adão lamentou por Eva ter deixado o seu lado, agora, porém, a
ação estava praticada. Devia separar-se daquela cuja companhia ele
tanto amara. Como podia suportar isso? Seu amor por Eva era muito
grande. Em completo desencorajamento resolveu partilhar a sua
sorte. Raciocinou que Eva era uma parte dele, se ela devia morrer,
com ela morreria ele, pois não podia suportar a idéia da separação.
Faltou-lhe fé em seu misericordioso e benevolente Criador. Não
compreendia que Deus, que do pó da terra o havia criado, como um
ser vivo e belo, e tinha criado Eva para ser sua companheira, poderia
suprir seu lugar. Afinal, não poderiam ser verdadeiras as palavras
da serpente? Eva estava diante dele, tão bela, e aparentemente tão
inocente como antes deste ato de desobediência. Exprimia maior
amor para com ele do que antes de sua desobediência, com os efeitos
do fruto que tinha comido. Não viu nela nenhum sinal de morte. Ela
lhe havia contado da feliz influência do fruto, de seu ardente amor
por ele, e decidiu afrontar as conseqüências. Tomou o fruto e comeu
rapidamente, e como ocorreu com Eva, não sentiu imediatamente
seus maus efeitos.
Eva pensava ter capacidade própria para decidir entre o certo
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e o errado. A enganadora esperança de entrada num mais elevado
estado de conhecimento levou-a a pensar que a serpente era um
amigo especial, que tinha grande interesse em sua prosperidade.
Tivesse procurado o marido, e ambos relatado ao Seu Criador as
palavras da serpente e teriam sido imediatamente livrados de sua
astuciosa tentação. O Senhor não desejava que investigassem o
fruto da árvore do conhecimento, porque então seriam expostos ao
embuste de Satanás. Sabia que eles estariam perfeitamente a salvo
se não tocassem no fruto.