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História da Redenção
com aparente indiferença. Vigiava ansiosamente para ver o que
aconteceria a seu irmãozinho. Os anjos também vigiavam, para que
nenhum dano ocorresse ao indefeso infante, ali colocado por uma
amorosa mãe e confiado ao cuidado de Deus por suas ferventes
orações entremeadas de lágrimas.
E esses anjos guiaram os passos da filha de Faraó para o rio, bem
perto de onde fora deixado o pequeno e inocente desconhecido. Sua
atenção foi atraída para o pequeno e estranho cesto e ela mandou
que uma de suas criadas fosse buscá-lo. Quando removeu a tampa
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do pequeno cesto singularmente construído, viu um lindo bebê, “e
eis que o menino chorava. Teve compaixão dele”. Sabia que uma
terna mãe hebréia tinha seguido este método peculiar para preservar
a vida de seu bem-amado bebê, e decidiu de uma vez que ele seria
seu filho. A irmã de Moisés imediatamente veio em sua direção e
perguntou: “Queres que eu vá chamar uma das hebréias que sirva de
ama, e te crie a criança? Respondeu-lhe a filha de Faraó: Vai.”
Alegremente correu a irmã à sua mãe e relatou-lhe as felizes
novas e conduziu-a a toda pressa à filha de Faraó, que entregou
a criança à mãe para criá-la, sendo liberalmente paga para criar o
seu próprio filho. Com gratidão esta mãe deu início a sua tarefa
agora feliz e segura. Ela cria que Deus tinha preservado a vida de
seu filho. Fielmente aproveitou a preciosa oportunidade de educá-
lo com respeito a uma vida de utilidades. Era mais específica em
sua instrução do que na dos outros filhos; pois tinha confiança que
ele fora preservado para alguma grande obra. Por meio de fiéis
ensinamentos ela instilou na sua mente jovem o temor de Deus e o
amor pela verdade e justiça.
Não descansou aqui em seus esforços, mas fervorosamente orou
a Deus por seu filho, para que fosse preservado de toda influência
corruptora. Ensinou-o a prostrar-se e orar a Deus, o Deus vivo,
pois apenas Ele podia ouvi-lo e ajudá-lo em qualquer emergência.
Procurou impressionar sua mente com a pecaminosidade da idolatria.
Sabia que ele logo seria separado de sua influência e entregue a sua
real mãe adotiva, para ser rodeado de influências tendentes a fazê-lo
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descrer da existência do Criador dos Céus e da Terra.
As instruções recebidas de seus pais foram de molde a fortificar-
lhe a mente e escudá-lo de ser exaltado e corrompido pelo pecado e
tornar-se soberbo em meio ao esplendor e à extravagância da vida na