Página 50 - O Maior Discurso de Cristo (2008)

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O Maior Discurso de Cristo
pois se encontram em guerra com os próprios princípios do mesmo.
Desconsiderando a vontade de Deus, estão-se colocando ao lado de
Satanás, o inimigo do homem. Não por uma palavra, nem muitas
palavras, mas por toda palavra que sai da boca de Deus viverá o
homem. Não podemos desatender uma palavra, por mais insignifi-
cante que nos pareça, e estar seguros. Não há um mandamento da
lei que não se destine ao bem e à felicidade do homem, tanto nesta
vida como na futura. Na obediência à lei de Deus, o homem se acha
circundado como por um muro, e protegido do mal. Aquele que,
em um só ponto que seja, derriba esta barreira divinamente erigida,
destruiu-lhe o poder para o guardar; pois abriu um caminho pelo
qual o inimigo pode entrar, para estragar e arruinar.
Arriscando-se a desprezar a vontade de Deus em um ponto,
abriram nossos primeiros pais as comportas da miséria sobre o
mundo. E todo indivíduo que segue o seu exemplo ceifará idênticos
resultados. O amor de Deus fundamenta cada preceito de Sua lei,
e aquele que se afasta do mandamento está operando sua própria
infelicidade e ruína.
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“Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de
modo nenhum entrareis no reino dos Céus.” Mateus 5:20.
Os escribas e fariseus tinham acusado não somente Cristo, mas
também Seus discípulos por sua desconsideração para com os ritos e
observâncias rabínicos. Muitas vezes tinham sido os discípulos dei-
xados perplexos e perturbados pela censura e a acusação daqueles a
quem tinham sido habituados a reverenciar como mestres religiosos.
Jesus revelou o engano. Declarou que a justiça a que os fariseus
davam tão grande valor, nada valia. A nação judaica pretendia ser
o povo peculiar, leal, favorecido por Deus; mas Cristo apresentava
sua religião como vazia de salvadora fé. Todas as suas pretensões de
piedade, suas invenções e cerimônias humanas, e mesmo o cumpri-
mento das exigências exteriores da lei, não os podiam tornar santos.
Não eram puros de coração ou nobres e semelhantes a Cristo no
caráter.
Uma religião legal é insuficiente para pôr a alma em harmo-
nia com Deus. A dura, rígida ortodoxia dos fariseus, destituída de
contrição, ternura ou amor, era apenas uma pedra de tropeço aos