Página 51 - O Maior Discurso de Cristo (2008)

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A espiritualidade da lei
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pecadores. Eles eram como o sal que se tornara insípido; pois sua
influência não tinha poder algum para preservar o mundo da corrup-
ção. A única fé verdadeira é aquela que “opera por amor” (
Gálatas
5:6
), para purificar a alma. É como o fermento que transforma o
caráter.
Tudo isto deviam os judeus ter aprendido dos ensinos dos profe-
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tas. Séculos antes, o grito da alma pedindo justificação com Deus
encontrara expressão e resposta nas palavras do profeta Miquéias:
“Com que me apresentarei ao Senhor, e me inclinarei ante o Deus
altíssimo? virei perante Ele com holocaustos? com bezerros de um
ano? Agradar-Se-á o Senhor de milhares de carneiros? de dez mil
ribeiros de azeite?... Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que
é que o Senhor pede de ti, se não que pratiques a justiça, e ames
a beneficência, e andes humildemente com o teu Deus?”
Miquéias
6:6-8
.
O profeta Oséias indicara o que constitui a própria essência do
farisaísmo, nas palavras: “Israel é uma videira estéril; dá fruto para
si mesmo.”
Oséias 10:1 (TT)
. Em seu professo serviço a Deus, os
judeus estavam na verdade trabalhando para o próprio eu. Sua justiça
era o fruto de seus próprios esforços para guardar a lei, segundo
suas próprias idéias, e para seu benefício pessoal, egoísta. Daí o não
poder ser ela melhor do que eles mesmos. Em seu esforço por se
tornarem santos, procuravam tirar uma coisa pura de outra imunda.
A lei de Deus é santa como Ele próprio é santo, perfeita como Ele é
perfeito. Ela apresenta aos homens a justiça de Deus. Impossível é
ao homem, de si mesmo, guardar essa lei; pois a natureza do homem
é depravada, deformada, e inteiramente diversa do caráter de Deus.
As obras do coração egoísta são como coisa imunda; e “todas as
nossas justiças como trapo de imundícia”.
Isaías 64:6
.
Embora a lei seja santa, os judeus não podiam atingir a jus-
tiça por seus próprios esforços para guardar a lei. Os discípulos de
Cristo precisam alcançar a justiça de um caráter diverso daquela
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dos fariseus, se querem entrar no reino do Céu. Em Seu Filho, Deus
lhes oferecia a perfeita justiça da lei. Caso abrissem plenamente o
coração para receber a Cristo, a própria vida de Deus, Seu amor,
habitaria então neles, transformando-os à Sua própria semelhança;
e assim, mediante o dom gratuito de Deus, haviam de possuir a
justiça exigida pela lei. Mas os fariseus rejeitavam a Cristo; “não