Página 68 - O Maior Discurso de Cristo (2008)

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Capítulo 4 — O verdadeiro motivo no serviço
“Guardai-vos não façais as vossas boas obras diante dos
homens, para serdes vistos por eles.” Mateus 6:1 (TB).
As palavras de Cristo no monte eram uma expressão daquilo
que fora o mudo ensino de Sua vida, mas que o povo deixara de
compreender. Eles não entendiam como, tendo tão grande poder,
Ele não buscava empregá-lo em garantir-Se aquilo que reputavam
o maior bem. Seu espírito, motivos e métodos eram opostos aos de
Jesus. Conquanto pretendessem ser muito zelosos da honra da lei,
sua própria glória era o verdadeiro objetivo que buscavam; e Cristo
queria tornar-lhes isto manifesto — que o amante de si mesmo é um
transgressor da lei.
Os princípios nutridos pelos fariseus, porém, são os que formam
os característicos da humanidade em todos os séculos. O espírito de
farisaísmo é o espírito da natureza humana; e, quando o Salvador
mostrou o contraste entre Seu próprio espírito e métodos e os dos
rabis, Seu ensino se aplicava igualmente ao povo de todos os tempos.
Nos dias de Cristo os fariseus procuravam continuamente conse-
guir o favor do Céu a fim de obter honra e prosperidade mundanas,
as quais consideravam como sendo a recompensa da virtude. Osten-
tavam ao mesmo tempo seus atos de caridade diante do povo com o
intuito de atrair-lhes a atenção, e adquirir reputação de santidade.
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Jesus lhes censurou a ostentação, dizendo que Deus não reco-
nhece um serviço como esse, e que a lisonja e a admiração do povo,
as quais tão ansiosamente buscavam, seriam a única recompensa
que haviam de ter.
“Quando tu deres esmola”, disse Ele, “não saiba a tua mão es-
querda o que faz a tua direita; para que a tua esmola seja dada
ocultamente: e teu Pai, que vê em segredo, te recompensará publica-
mente.”
Com essas palavras Jesus não ensinou que os atos de bondade
devem ser sempre conservados em segredo. Paulo, o apóstolo, escre-
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