O verdadeiro motivo no serviço
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vendo inspirado pelo Espírito Santo, não oculta o generoso sacrifício
dos cristãos macedônios, mas fala da graça por Cristo neles ope-
rada, de maneira que outros foram possuídos do mesmo espírito.
Ele também escreveu à igreja de Corinto, dizendo: “Vosso zelo tem
estimulado a muitos.”
2 Coríntios 9:2
.
As próprias palavras de Cristo esclarecem Sua intenção — que
nos atos de caridade o objetivo não deve ser atrair louvor e honra
dos homens. A verdadeira piedade nunca promove um esforço para
ostentação. Os que desejam palavras de elogio e lisonja, delas se
nutrindo como de um bocado delicioso, são cristãos apenas de nome.
Por meio de suas boas obras devem os seguidores de Cristo
trazer glória, não para si mesmos, mas para Aquele mediante cuja
graça e poder eles operaram. É por meio do Espírito Santo que
toda boa obra é efetuada, e o Espírito é dado para glorificar, não o
recebedor, mas o Doador. Quando a luz de Cristo brilha na alma,
os lábios se encherão de louvor e ação de graças a Deus. Vossas
orações, o cumprimento de vossos deveres, vossa beneficência, vossa
abnegação, não serão o tema de vossos pensamentos ou conversação.
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Jesus será engrandecido, o eu oculto, e Cristo aparecerá como tudo
em todos.
Cumpre-nos dar em sinceridade, não para fazer ostentação de
nossas boas ações, mas por piedade e amor para com os sofredores.
A sinceridade de desígnio, a verdadeira bondade de coração, eis o
motivo a que o Céu dá valor. A alma sincera em seu amor, que põe
todo o coração em sua devoção, Deus considera mais preciosa que
as barras de ouro de Ofir.
Não devemos pensar na recompensa, mas no serviço; todavia a
bondade manifestada nesse espírito não deixará de ter o seu galardão.
“Teu Pai, que vê em segredo, te recompensará publicamente.” Con-
quanto seja verdade que Deus mesmo é o nosso grande Galardão,
que abrange todos os outros, a alma só O recebe e frui à medida que
se Lhe assemelha no caráter. Unicamente os semelhantes se podem
apreciar. É à medida que nos entregamos a Deus para o serviço da
humanidade, que Ele Se nos dá.
Ninguém pode dar em seu coração e vida lugar para a corrente
da bênção de Deus fluir em direção a outros, sem que receba em
si mesmo uma preciosa recompensa. As encostas de montanhas e
as planícies que oferecem caminho às correntes montesinas para