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É crítico o período em que o infante recebe nutrição de sua mãe.
Muitas mães, enquanto amamentam os filhos, são deixadas traba-
lhar excessivamente, aquecer o sangue ao cozinhar, e o pequenino
é seriamente afetado, não somente com alimento agitado do seio
materno, mas seu sangue é envenenado pelo regime prejudicial da
mãe, que tem agitado todo o seu organismo, o que afeta o alimento
da criança. Esta será afetada também pelo estado mental materno.
Se ela está infeliz, se fica facilmente excitada, irritável, dando vazão
a explosões de temperamento, a comida que a criança recebe de sua
mãe será abrasada, produzindo muitas vezes cólica, espasmos e, em
certos casos, ocasionando convulsões e ataques.
O caráter do infante também é em maior ou menor grau afetado
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pela natureza da alimentação recebida de sua mãe. Quão importante,
pois, que esta, enquanto aleitando seu pequenino, conserve feliz es-
tado mental, tendo perfeito domínio sobre o próprio espírito. Assim
fazendo, o alimento da criança não é danificado, e a maneira calma,
dominada, mantida pela mãe no lidar com seu filhinho tem muito que
ver com o moldar de sua mente. Se ele é nervoso, facilmente agitado,
o modo cuidadoso e moderado da mãe terá suavizadora e corretiva
influência, e a saúde do pequenino pode ser muito melhorada.
Os nenês têm sido grandemente maltratados mediante um trato
errôneo. Se ele estava desassossegado, era geralmente alimentado
para fazê-lo aquietar, quando, na maioria dos casos, a própria causa
do desassossego era justamente haver ele recebido demasiado ali-
mento, tornados nocivos pelos hábitos errôneos de sua mãe. Mais
comida só podia tornar o caso pior, pois seu estômago já se achava
sobrecarregado.
As crianças são em geral criadas desde o berço para condescen-
der com o apetite, e são ensinadas que vivem para comer. A mãe
faz muito para formação do caráter de seus filhos em sua infância.
Pode ensinar-lhes a reger o apetite, ou a condescender com ele, e
tornarem-se gulosos. A mãe arranja muitas vezes seus planos para
fazer certa quantidade de trabalhos durante o dia, e quando as crian-
ças a perturbam, em vez de tomar tempo para acalmá-las em suas
pequeninas aflições, e distraí-las, dá-lhes alguma coisa para comer
a fim de as conservar quietas, o que corresponde ao desígnio por
alguns momentos, mas torna finalmente as coisas piores. O estô-
mago das crianças é abarrotado de comida, quando não tinham dela