Capítulo 2
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nenhuma necessidade. Tudo quanto era preciso, era um pouquinho
de tempo e atenção da parte da mãe. Ela, porém, considerava de-
masiado precioso esse tempo para consagrar a distrair seus filhos.
Talvez o arranjo de seu lar com bom gosto para ser elogiado pelas
visitas, e preparar sua refeição segundo a moda, são para ela de mais
consideração que a felicidade e a saúde de seus pequeninos.
A intemperança no alimento e no trabalho debilita os pais,
tornando-os muitas vezes nervosos, e incapacitando-os para se de-
sempenharem devidamente de seus deveres para com os filhos. Três
vezes ao dia reúnem-se os pais com as crianças ao redor da mesa, car-
regada de uma variedade de alimentos preparados como é da moda.
Os méritos de cada prato devem ser experimentados. Talvez a mãe
tenha labutado até ficar agitada, exausta, e não estar em condições
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de tomar sequer o mais simples alimento enquanto não houvesse
primeiro tido um período de descanso. A comida que se cansou em
preparar, era de todo imprópria para ela em qualquer ocasião, mas
sobrecarrega especialmente os órgãos digestivos quando o sangue
está excitado e o corpo exausto. Aqueles que assim têm persistido
em transgredir as leis de seu ser, têm sido compelidos a pagar a pena
em algum período de sua existência.
Há fartas razões de existirem tantas mulheres nervosas no mundo,
queixando-se de dispepsia, com seu cortejo de males. A causa tem
sido acompanhada dos efeitos. É impossível pessoas intemperan-
tes serem pacientes. Precisam primeiro reformar os maus hábitos,
aprender a viver saudavelmente, e então não será difícil serem pa-
cientes. Muitos parecem não compreender a reação que a mente
mantém para com o corpo. Caso o organismo esteja perturbado por
comida imprópria, o cérebro e os nervos são afetados, e pequenas
coisas incomodam os que assim sofrem. Dificuldades insignificantes
são para eles montanhas de aflição. As pessoas assim situadas são
inaptas para criar devidamente seus filhos. Sua vida será assinalada
por extremos — às vezes muito condescendentes, outras severas,
censurando por ninharias que não merecem atenção.
A mãe manda com freqüência os filhos para fora de sua presença,
porque pensa que não pode suportar o barulho ocasionado por suas
felizes brincadeiras. Sem o olhar de sua mãe, porém, para aprovar ou
discordar, no momento oportuno, surgem muitas vezes divergências
lamentáveis. Uma palavra da mãe acalmaria tudo outra vez. Eles