A santidade da obra
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Ao olharem os ministros de Deus, pela fé, para dentro do santo
dos santos, e verem as obras de nosso grande Sumo Sacerdote no
santuário celeste, eles compreendem que são homens de lábios impu-
ros, homens cujos lábios falaram muitas vezes vaidade. Bem podem
desesperar ao compararem a própria indignidade com a perfeição
de Cristo. De coração contrito, sentindo-se inteiramente indignos
e inabilitados para sua grande obra, exclamam: “Vou perecendo!”
Mas se, como Isaías, humilham o coração perante Deus, a obra feita
em favor do profeta será realizada em seu benefício. Seus lábios
serão tocados com uma brasa viva tirada do altar, e perderão de vista
o próprio eu, num sentimento da grandeza e poder de Deus, e de
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Sua prontidão em ajudá-los. Compreenderão a santidade da obra
que lhes é confiada, e serão levados a aborrecer tudo que os fizesse
desonrar Aquele que os enviou com Sua mensagem.
A brasa viva é um símbolo de purificação, e representa também a
potência dos esforços dos verdadeiros servos de Deus. Àqueles que
fazem uma tão completa consagração que o Senhor possa tocar-lhes
os lábios, é dito: Vai para a seara. Eu cooperarei contigo.
O ministro que houver recebido esse preparo será no mundo uma
força para o bem. Suas palavras serão justas, puras e verdadeiras,
repassadas de simpatia e amor; suas ações serão justas, um auxílio
e uma bênção para os fracos. Cristo lhe será, sem cessar, presente,
regendo-lhe o pensamento, a palavra e a ação. Ele se compremeteu
a vencer o orgulho, a cobiça, o egoísmo. Ao procurar satisfazer esse
compromisso, adquire força espiritual. Mediante diária comunhão
com Deus, torna-se forte no conhecimento das Escrituras. Anda na
companhia do Pai e do Filho; e à medida que obedece continuamente
à vontade divina, torna-se dia a dia mais habilitado para proferir
palavras que conduzam almas errantes ao rebanho de Cristo.
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