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Parábolas de Jesus
imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei.”
Ezequiel
36:25
.
Todavia precisamos ter conhecimento de nós mesmos, conheci-
mento que resultará em contrição, antes de podermos achar perdão e
paz. O fariseu não sentia convicção de pecado. O Espírito Santo não
podia nele atuar. Sua vida apoiava-se numa couraça de justiça pró-
pria, a qual as setas de Deus, farpadas e desferidas pelos anjos, não
podiam penetrar. Cristo só pode salvar quem reconhece ser pecador.
Veio “a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos
cativos, e dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos”.
Lucas 4:18, 19
. Mas “não necessitam de médico os que estão sãos”.
Lucas 5:31
. Precisamos conhecer nossa verdadeira condição, do
contrário não sentiremos nossa carência do auxílio de Cristo. Preci-
samos compreender nosso perigo, senão não correremos ao refúgio.
Precisamos sentir a dor de nossas feridas, senão não desejaremos
cura.
O Senhor diz: “Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de
nada tenho falta (e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e
pobre, e cego, e nu), aconselho-te que de Mim compres ouro provado
no fogo, para que te enriqueças, e vestes brancas, para que te vistas,
e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos
com colírio, para que vejas.”
Apocalipse 3:17, 18
. O ouro provado
no fogo é a fé que opera por amor. Somente isto nos pode pôr em
harmonia com Deus. Podemos ser ativos, podemos executar muito
trabalho; mas sem o amor, amor como o que há no coração de Cristo,
jamais podemos ser contados na família celestial. Nenhum homem
pode de si mesmo entender seus erros. “Enganoso é o coração, mais
do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?”
Jeremias
17:9
. Os lábios podem exprimir uma pobreza de espírito que o
coração não reconhece. Ao passo que fala a Deus de pobreza de
espírito, pode o coração ensoberbecer-se com a presunção de sua
humildade superior e exaltada justiça. Só de um modo o verdadeiro
conhecimento do próprio eu pode ser alcançado. Precisamos olhar
a Cristo. O desconhecimento dEle é que dá aos homens uma tão
alta idéia de sua própria justiça. Ao contemplarmos Sua pureza
e excelência, veremos nossa fraqueza, pobreza e defeitos, como
realmente são. Ver-nos-emos perdidos e sem esperança, vestidos
com o manto da justiça própria, como qualquer pecador. Veremos