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Parábolas de Jesus
Nenhum dos apóstolos e profetas jamais pretendeu estar isento
de pecado. Homens que viveram mais achegados a Deus, homens
que sacrificariam antes a vida a cometer conscientemente uma ação
injusta, homens que Deus honrou com luz e poder divinos, con-
fessaram a pecaminosidade de sua natureza. Nunca confiaram na
carne, nunca pretenderam ser justos em si mesmos, mas confiaram
inteiramente na justiça de Cristo. O mesmo se dará com todos os
que contemplam a Cristo.
A cada avanço na experiência cristã nosso arrependimento
aprofundar-se-á. Justamente àqueles a quem Deus perdoou e re-
conhece como Seu povo, diz Ele: “Então, vos lembrareis dos vossos
maus caminhos e dos vossos feitos, que não foram bons; e tereis
nojo em vós mesmos das vossas maldades e das vossas abomina-
ções.”
Ezequiel 36:31
. Outra vez, diz: “Estabelecerei o Meu concerto
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contigo, e saberás que Eu sou o Senhor; para que te lembres, e te
envergonhes, e nunca mais abras a tua boca, por causa da tua ver-
gonha, quando Me reconciliar contigo de tudo quanto fizeste, diz
o Senhor Jeová.”
Ezequiel 16:62, 63
. Então nossos lábios não se
abrirão para nos gloriarmos. Saberemos que só em Cristo temos
suficiência. Faremos nossa a confissão do apóstolo: “Eu sei que em
mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum.”
Romanos 7:18
.
“Longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor
Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu, para
o mundo.”
Gálatas 6:14
.
Em harmonia com esta experiência está o mandamento: “Operai
a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é o que opera em
vós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade.”
Fili-
penses 2:12, 13
. Deus não vos ordena temer que deixará de cumprir
Suas promessas, que Sua paciência se cansará ou que Sua compaixão
há de faltar. Temei que vossa vontade não seja mantida em sujeição à
vontade de Cristo, que vossos traços de caráter herdados e cultivados
vos dominem a vida. “Porque Deus é o que opera em vós tanto o
querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade.” Temei que o
próprio eu se interponha entre vosso espírito e o grande Artífice.
Temei que vossa obstinação frustre o elevado propósito que, por
vosso intermédio, Deus deseja alcançar. Temei confiar na própria
força; temei retirar da mão de Cristo a vossa mão e tentar caminhar
pela estrada da vida sem Sua presença permanente.