Como é decidido nosso destino
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Aqueles que ouvem a Moisés e aos profetas não requererão
maior luz que a que Deus deu; mas se os homens rejeitam a luz
e deixam de apreciar as oportunidades a eles proporcionadas, não
escutariam alguém que, dentre os mortos, se lhes acercasse com uma
mensagem. Não seriam convencidos nem por esta evidência; porque
os que rejeitam a lei e os profetas, endurecem o coração, ao ponto
de repelir toda a luz.
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A conversação entre Abraão e o homem outrora rico é figurativa.
A lição a ser tirada dela é que a todo homem é dada suficiente luz
para o desempenho dos deveres dele exigidos. As responsabilidades
do homem são proporcionais às suas oportunidades e privilégios.
Deus outorga a todos luz e graça suficientes para executar a obra
que lhes deu para fazer. Se o homem deixar de fazer o que uma
pequena luz mostra ser seu dever, maior luz somente revelaria infi-
delidade e negligência no aperfeiçoamento das bênçãos concedidas.
“Quem é fiel no mínimo também é fiel no muito; quem é injusto
no mínimo também é injusto no muito.”
Lucas 16:10
. Quem recusa
ser iluminado por Moisés e pelos profetas, e pede a execução de
algum milagre maravilhoso, não seria persuadido se seu desejo se
cumprisse.
A parábola do rico e Lázaro mostra como são avaliadas as duas
classes representadas por estes homens no mundo invisível. Não é
pecado ser rico, se a riqueza não for alcançada por injustiça. Um
rico não é condenado por possuir riquezas; mas a condenação sobre
ele paira se os meios a ele confiados forem despendidos de forma
egoísta. Muito melhor faria, se depositasse seu dinheiro ao lado do
trono de Deus, usando-o para fazer o bem. A morte não empobrecerá
ninguém que assim se devote a procurar riquezas eternas. Mas, o
homem que acumula dinheiro para si, nada poderá levar aos Céus;
demonstrou-se um mordomo infiel. Durante a vida teve boas coisas;
mas esqueceu-se do dever para com Deus; deixou de assegurar-se o
tesouro celeste.
O rico que teve tantos privilégios nos é apresentado como al-
guém que deveria haver cultivado seus dons de modo que suas obras
atingissem o grande além, levando consigo as aperfeiçoadas van-
tagens espirituais. É propósito da redenção não somente extirpar o
pecado, mas restituir ao homem os dons espirituais perdidos pelo
poder atrofiante do pecado. Dinheiro não pode ser introduzido na